Dentro de mais alguns dias, o Ministério da Justiça deverá aplicar mudanças no sistema do Celular Seguro. Trata-se do programa do governo federal que ajuda no processo de bloqueio de aparelhos que forem roubados, furtados ou perdidos em todo o território nacional.
Nesta sexta-feira (19), o programa em questão vai completar um mês de lançamento, e estima-se que mais de 12 mil alertas de bloqueio já foram realizados desde então. O governo federal espera que cada vez mais pessoas entrem no sistema no decorrer das próximas semanas.
O que vai mudar no Celular Seguro
De acordo com informações do Ministério da Justiça, em breve o Celular Seguro vai oferecer novas opções de bloqueio. O cidadão poderá bloquear, por exemplo, a sua linha completa de telefone. Além disso, ele também vai conseguir bloquear outros aplicativos como:
- Apps de entrega de comida, como ifood;
- Apps de transporte, como o Uber.
Hoje, o sistema do Celular Seguro não atua no bloqueio deste aplicativos. O cidadão pode bloquear apenas outros itens como o app do banco, ou mesmo o cartão de crédito que está registrado em cada um deles. A tendência é que as novas opções de bloqueio sejam inseridas até antes do carnaval, quando os roubos e furtos costumam aumentar.
Números
Em um mês de programa, o Ministério informa que os estados que mais registraram solicitações de bloqueio foram:
- São Paulo – 3.129;
- Rio de Janeiro – 1.497;
- Bahia – 872.
“É importante que o usuário faça a ocorrência o mais rápido possível, porque a partir da hora da ocorrência é que todos os parceiros começam a agir. Então os telefones têm um prazo de até 24 horas para serem bloqueados, e os bancos e instituições financeiras têm até 10 minutos”, disse Ney Rêgo Barros Júnior, subsecretário de tecnologia do Ministério da Justiça.
“Mas todos eles (os prazos) são muito curtos perto do que você tinha antigamente. Antes, a pessoa tinha que ligar para cada um desses. Hoje com um botão só, ele comunica para todo mundo”, completou ele. C
Como usar o Celular Seguro
O sistema do Celular Seguro funciona por meio de uma parceria entre o governo federal, e empresas dos mais variados segmentos. Funciona basicamente desta forma:
- O cidadão cadastra o seu número na plataforma de maneira gratuita;
- No momento do cadastro, ele pode escolher uma ou mais pessoas de confiança;
- Caso este cidadão tenha o telefone roubado, furtado ou perdido, ele pode pedir para que esta pessoa de confiança acione o botão de bloqueio;
- Com este acionamento, o governo fica ciente de que aquele celular foi perdido, e envia imediatamente a informação para as empresas parceiras;
- Cada empresa recebe a notificação e fica encarregada de bloquear o seu app naquele determinado celular.
Como visto, o papel do governo federal neste sistema é apenas avisar as empresas sobre o ocorrido. Cada companhia pode bloquear o seu aplicativo naquele celular no tempo que achar possível. Em alguns casos, há a promessa de bloqueio imediato. Em outros casos, é possível que este processo aconteça apenas em até 48 horas.
Ainda preciso realizar o BO?
Uma das principais dúvidas das pessoas que estão dentro do sistema do Celular Seguro, é a necessidade ou não de registro do Boletim de Ocorrência (BO) mesmo depois de registrar o roubo ou furto no aplicativo. Afinal de contas, o que se sabe sobre este assunto?
De acordo com o Ministério da Justiça, o funcionamento do aplicativo não exige necessariamente o registro de um Boletim de Ocorrência na polícia. Assim, o cidadão vai conseguir bloquear o seu aparelho mesmo antes de registrar o seu roubo em uma agência policial.
Mas o registro do BO segue sendo muito importante mesmo para as pessoas que entraram no sistema do Celular Seguro. Tal processo tem o objetivo de ajudar as diferentes esferas de governo e de polícia a mapear a situação da violência em todos os lugares do país, e a partir destes números conseguir formular políticas públicas para tentar resolver o problema.