Desde que foi oficialmente lançado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, o programa Celular Seguro segue batendo recordes. Este é o projeto que prevê uma espécie de escape para as pessoas que perderam o aparelho seja por roubo, furto, ou qualquer outro motivo.
Dados oficiais divulgados pelo Ministério indicam que 14,5 mil alertas de bloqueio já foram emitidos desde o lançamento do programa. Na prática, isso significa uma média de 393 aparelhos bloqueados por dia, considerando a data de lançamento da plataforma.
Ao todo, 1.044.876 celulares foram cadastrados no aplicativo oficial do governo federal, até a tarde desta quarta-feira (24), segundo dados do Ministério da Justiça.
Números
Entre outros números divulgados pelo Ministério, um dos que mais chamam atenção é o que indica a diferença das motivações para os bloqueios. Veja abaixo
- 10,9 mil são por roubo e furto;
- 3.628 foram bloqueados por perda ou na categoria “outros”.
Já os cinco estados que registraram mais bloqueios até este momento foram:
- São Paulo;
- Rio de Janeiro;
- Bahia;
- Pernambuco;
- Minas Gerais.
Como usar o Celular Seguro
O sistema do Celular Seguro funciona por meio de uma parceria entre o governo federal, e empresas dos mais variados segmentos. Funciona basicamente desta forma:
- O cidadão cadastra o seu número na plataforma de maneira gratuita;
- No momento do cadastro, ele pode escolher uma ou mais pessoas de confiança;
- Caso este cidadão tenha o telefone roubado, furtado ou perdido, ele pode pedir para que esta pessoa de confiança acione o botão de bloqueio;
- Com este acionamento, o governo fica ciente de que aquele celular foi perdido, e envia imediatamente a informação para as empresas parceiras;
- Cada empresa recebe a notificação e fica encarregada de bloquear o seu app naquele determinado celular.
Como visto, o papel do governo federal neste sistema é apenas avisar as empresas sobre o ocorrido. Cada companhia pode bloquear o seu aplicativo naquele celular no tempo que achar possível. Em alguns casos, há a promessa de bloqueio imediato. Em outros casos, é possível que este processo aconteça apenas em até 48 horas.
“A gente entende que não é uma bala de prata, mas uma iniciativa de segurança pública para combater o crime patrimonial. Muito da violência urbana está ligada hoje ao furto e roubo de celular”, explicou o subsecretário de Tecnologia do MJSP, Ney Barros.
Ainda preciso realizar o BO?
Uma das principais dúvidas das pessoas que estão dentro do sistema do Celular Seguro, é a necessidade ou não de registro do Boletim de Ocorrência (BO) mesmo depois de registrar o roubo ou furto no aplicativo. Afinal de contas, o que se sabe sobre este assunto?
De acordo com o Ministério da Justiça, o funcionamento do aplicativo não exige necessariamente o registro de um Boletim de Ocorrência na polícia. Assim, o cidadão vai conseguir bloquear o seu aparelho mesmo antes de registrar o seu roubo em uma agência policial.
Mas o registro do BO segue sendo muito importante mesmo para as pessoas que entraram no sistema do Celular Seguro. Tal processo tem o objetivo de ajudar as diferentes esferas de governo e de polícia a mapear a situação da violência em todos os lugares do país, e a partir destes números conseguir formular políticas públicas para tentar resolver o problema.
Alerta de golpe envolvendo o Celular Seguro
Na última semana, o ex-secretário de segurança pública do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli fez um alerta para que as pessoas interessadas no projeto não caiam em golpes. De acordo com ele, o Ministério não envia links de pedidos de entrada para os usuários.
“IMPORTANTE. Nós não enviamos link do Celular Seguro pedindo que a pessoa se cadastre. O cadastro é voluntário e feito somente pelo aplicativo ou pelo site oficial. Criminosos estão espalhando links fraudulentos. Serão identificados e tratados na forma da lei”, alertou o secretário.
“É importante entrar no aplicativo e cadastrar o telefone e a pessoa de confiança. Se entrar no aplicativo e não cadastrar o próprio telefone, não garante a segurança”, completou ele.