A inflação no Brasil subiu de maneira expressiva em 2022, pelo menos até junho. A saber, a taxa inflacionária acumulada em 12 meses até junho estava em 11,89%. No entanto, esse percentual caiu para 5,79% no final de dezembro, o que representa uma grande desaceleração na alta dos preços no país.
Em síntese, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é considerado a inflação oficial do Brasil. Aliás, a temida inflação representa o aumento generalizado e contínuo dos preços de bens e serviços. E essas variações se mantiveram muito intensas no primeiro semestre do ano passado.
Contudo, o governo federal sancionou no final de junho uma lei complementar que limitou a cobrança do ICMS sobre diversos itens. Na verdade, o que a alíquota de cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) foi limitada sobre os seguintes produtos e serviços:
Essa lei passou a considerar estes itens como essenciais à população. Em suma, a alíquota cobrada sobre itens essenciais não pode superar a regra geral, pois isso é inconstitucional.
Antes dessa lei, as taxas de alguns destes produtos e serviços superavam 30% em alguns locais do país. No entanto, o limite da alíquota para itens essenciais é de 18%, ou seja, a lei reduziu o preço destes itens, puxando a inflação do país para baixo e aliviando o bolso dos brasileiros.
Embora vários itens tenham ficado mais baratos no país, outros tantos não entraram nesse grupo. Pelo contrário, seus preços dispararam em 2022, pesando cada vez mais na renda familiar do brasileiro. E o grande destaque do ano passado foi a cebola, cujo preço mais que dobrou em comparação a 2021.
A saber, a cebola foi considerada a “vilã” da inflação no ano passado. A disparada em seus preços gerou memes na internet, pelos usuários mais divertidos, mas também proporcionou diversas críticas de pessoas que tiveram que mudar seus hábitos de consumo, optando por itens mais baratos.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pela medição do IPCA, a cebola registrou a maior alta entre todos os 377 itens pesquisados em 2022. Isso mostra que a disparada nos preços do item aconteceu de maneira muito intensa no país, afetando as famílias brasileiras.
Segundo especialistas, os agricultores reduziram a área plantada da hortaliça em 2022. Em resumo, isso aconteceu porque os trabalhadores ficaram sem recursos para investir no cultivo da cebola. Aliás, vale destacar que cerca de 70% da colheita de cebola no país é feita por pequenos agricultores familiares.
A redução da área plantada aconteceu porque, em 2021, houve uma produção excessiva da hortaliça, que resultou na diminuição do preço pago aos agricultores. Para reverter os prejuízos, eles passaram a produzir menos cebolas em 2022.
Além disso, alguns imprevistos climáticos na Região Nordeste ajudaram a pressionar os preços da hortaliça. Ao mesmo tempo, houve o encarecimento de matérias-primas, como defensivos agrícolas e fertilizantes, principalmente por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia.
A expectativa é que os preços da cebola continuem em patamar elevado por mais algum tempo, mas seu preço não deverá disparar em 2023, como aconteceu no ano passado.
Baseando-se nos dados divulgados pelo IBGE, o portal de notícias g1 fez um levantamento dos itens cujos preços mais subiram em 2022. Em meio ao aumento da inflação no país, os itens que mais se destacaram no ano passado, dominando o top dez, foram frutas, verduras e legumes.
A saber, todos os itens presentes no top dez acumularam variações superiores a 30%. Contudo, apenas a cebola ultrapassou a marca de 100%, com o seu preço mais que dobrando em relação a 2021. Por isso, muita gente que gostava de utilizar a hortaliça nas refeições teve que escolher outras opções com preços mais acessíveis em 2022.
Confira abaixo os dez itens cujos preços mais subiram no ano passado:
Fora do top dez, no top 50, os itens que se destacaram foram leite longa vida (+26,18%, na 25ª posição), passagem aérea (+23,53%, na 36ª posição) e óleo diesel (+22,87%, na 38ª posição).
Entre os 50 itens cujos preços mais subiram, 35 deles fazem parte do grupo alimentação e bebidas. Em síntese, este foi o grupo que mais pesou na inflação do Brasil no ano passado.