Uma coisa é certa: quem declara o imposto de renda, certamente não quer cair na malha fina. Mas o fato é que isso às vezes acontece. De acordo com as informações divulgadas pela Receita Federal nesta semana, pouco mais de 1,4 milhão de brasileiros acabaram caindo nesse sistema.
Se você é um contribuinte que declara o imposto de renda e tem direito a uma restituição, não pode receber esse dinheiro quando cai na chamada malha fina. Por isso, esse procedimento acaba sendo temido por milhões de brasileiros.
Entre todos os contribuintes que caíram na malha fina em 2024, estima-se que 71% tenham direito a uma restituição. Mas como eles estão em situação de irregularidade, não podem receber o dinheiro até que resolvam as pendências.
Os principais motivos para a malha fina
Afinal de contas, o que fez esses brasileiros caírem na malha fina em 2024? Sobre esse assunto, a Receita Federal lançou uma lista com as principais razões que fizeram os cidadãos caírem nesse problema.
Entender a lista abaixo é muito importante até mesmo para que você não repita esses erros a partir das próximas declarações de Imposto de Renda.
- 57,4% – Deduções: As despesas médicas são o principal motivo de retenção, correspondendo a 51,6% do total de retenções;
- 27,8% – Omissão de rendimentos: Inclui rendimentos não declarados pelos titulares das declarações ou por seus dependentes;
- 9,4% – Diferenças no Imposto Retido na Fonte: Diferença entre os valores declarados pelos contribuintes e os informados pelas fontes pagadoras na Dirf;
- 2,7% – Deduções de incentivo: Inclui doações a fundos de apoio à criança, adolescente e idoso, incentivo ao esporte e cultura, e doações feitas durante o mesmo ano da entrega da DIRPF;
- 1,6% – Rendimentos Recebidos Acumuladamente: Diferenças entre as informações declaradas e as fornecidas pelos responsáveis pelo pagamento de rendimentos na Dirf;
- 1,1% – Imposto de Renda pago durante o ano de 2023: Diferença entre o valor de imposto pago declarado na DIRPF e os valores registrados nas bases da Receita Federal, como carnê-leão e imposto complementar.
Como saber se caí na malha fina
Mas como você pode saber se está no grupo de brasileiros que caíram na malha fina em 2024? De acordo com as informações oficiais, para realizar essa verificação, não é preciso sair de casa. A consulta pode ser feita de maneira remota, através da página da Receita Federal.
Dentro desse site, você pode realizar a conferência por meio do “estado de processamento”, acessado no e-cac. O site vai informar corretamente se o contribuinte está na fila de espera, ou se existe alguma pendência em seu nome.
É importante destacar que para realizar essa verificação, o cidadão precisa ter uma conta gov.br. Basta entrar na sessão “Meu Imposto de Renda”.
Para verificar o status da declaração e da restituição, o contribuinte pode fazer a consulta na página da Receita Federal, por meio do extrato de processamento, acessado no e-CAC. Pelo serviço, o contribuinte pode verificar se está na lista de espera ou se há alguma pendência.
Se você estiver na fila de espera, basta esperar pelos recebimentos do 5º lote da Restituição, que serão feitos já no próximo dia 30 de setembro. Contudo, se você estiver em situação “Pendências na malha”, o contribuinte poderá verificar não apenas se caiu na malha fina, como também poderá entender o que fazer para resolver o problema.
Último lote da restituição
Ao todo, a Receita Federal pretende liberar algo em torno de R$ 1 bilhão para os pagamentos do 5º lote da restituição. O saldo será depositado nas contas prioritárias e também não prioritárias. Abaixo, você pode conferir quais grupos serão contemplados:
- 11.188 restituições de contribuintes com idade igual ou superior a 80 anos;
- 75.686 pessoas entre 60 e 79 anos;
- 6.731 contribuintes com alguma deficiência física ou mental ou moléstia grave;
- 23.180 pessoas cuja maior fonte de renda seja o magistério;
- 86.570 Moradores do Rio Grande do Sul atingidos por enchentes;
- 201.381 pessoas que fizeram a declaração pré-preenchida ou que pediram a restituição via PIX;
- 106.289 de contribuintes não prioritários.