Endividamento com bancos soma 49,6% da renda dos brasileiros

Brasileiros são pegos de surpresa e ficam chocados com COMUNICADO GERAL dos Bancos

Inadimplência cresce e atinge maior nível desde abril de 2020, impulsionada pelas operações com pessoas físicas

O endividamento no Brasil continua em nível bastante elevado. A população vem sofrendo nos últimos anos com a inflação e os juros elevados, que impulsionam o número de dívidas das famílias do país. E um dos débitos mais recorrentes envolve operações bancárias.

Em resumo, o endividamento bancário cresceu em janeiro de 2023. De acordo com o levantamento realizado pelo Banco Central (BC), a taxa de dívidas de brasileiros com bancos chegou a 49,6% da renda acumulada nos últimos 12 meses até novembro de 2022.

Embora o percentual seja muito alto, ficou levemente inferior ao registrado em outubro (49,7%). Por outro lado, na comparação com o percentual de fevereiro de 2020, último mês antes da decretação da pandemia da covid-19, o nível ficou 7,9 pontos percentuais superior.

À época, o endividamento bancário somava 41,8% da renda dos brasileiros. Aliás, a crise sanitária agravou a situação da população, que já devia bastante aos bancos, empurrando os consumidores ainda mais fundo nas dívidas.

Seja como for, o percentual continua próximo do recorde, registrado em meados de 2022, quando a taxa das dívidas atingiu 53,1% no acumulado dos últimos 12 meses. Em síntese, essa foi a maior taxa já registrada pela série histórica do BC, que teve início em janeiro de 2005.

Vale destacar que, mesmo com o percentual ainda elevado, o endividamento vem caindo nos últimos meses. O levantamento do BC revela que os percentuais estão ficando gradativamente menores no país. Isso mostra que os brasileiros estão conseguindo diminuir suas dívidas com as instituições bancárias.

Inadimplência cresce no país

O BC também informou que taxa de inadimplência média registrada pelos bancos nas operações de crédito subiu em janeiro de 2023. A saber, a taxa passou de 3%, em dezembro de 2022, para 3,2% no mês passado. Em suma, esse é o maior patamar de inadimplência desde abril de 2020, quando a taxa chegou a 3,3% no país.

O aumento da inadimplência foi impulsionado pelas operações com pessoas físicas. Isso porque a taxa de clientes com contas e dívidas atrasadas passou de 3,9%, no final de 2022, para 4,1% no primeiro mês deste ano.

Por sua vez, a taxa de inadimplência nas operações com pessoas jurídicas se manteve estável em 1,6% em janeiro, na comparação com dezembro de 2022. A propósito, esse é o maior nível de inadimplência desde agosto de 2020 (1,8%).

Em resumo, a pessoa inadimplente é aquela que possui dívidas ou contas em atraso. A propósito, há alguns fatores que acabam impulsionando a inadimplência entre os consumidores, como a falta de atenção à própria saúde financeira. Nesses casos, a pessoa costuma contrair mais dívidas do que a sua renda é capaz de quitar.

Aliás, os dados do BC mostram que as pessoas físicas têm uma tendência maior de cair na inadimplência. Entre as pessoas jurídicas, a taxa é duas vezes menor. Ainda assim, ambas as operações estão nos maiores patamares dos últimos anos, o que indica a dificuldade da população em honrar seus débitos em dia.

Juro bancário alcança maior nível em seis anos

O BC também revelou que os juros bancários médios do país chegaram a 43,5% ao ano em janeiro de 2023. Essa taxa é a mais elevada desde agosto de 2017, quando a taxa média chegou a 45,6% ao ano.

Em síntese, isso reflete as dificuldades que as famílias do país vêm enfrentando. Inclusive, os juros bancários estão mantendo uma trajetória de alta nos últimos anos. Por exemplo, a variação acumulada em 2021 foi de 8,4 pontos percentuais, enquanto o avanço registrado em 2022 foi de 8,2 pontos percentuais.

A título de comparação, estes foram os maiores avanços anuais desde 2015, quando o juro bancário disparou 9,9 pontos percentuais no país.

Os juros bancários vêm crescendo no país devido ao aumento da taxa Selic. Isso porque o BC elevou em 12 vezes consecutivas a taxa Selic, entre março de 2021 e agosto de 2022, maior sequência de elevações da taxa Selic em 23 anos.

Em suma, a Selic é o principal instrumento do BC para segurar a inflação no país. A alta da Selic eleva os juros praticados no país, reduzindo o poder de compra do consumidor e desaquecendo a economia. Assim, a inflação tende a cair também, pois a demanda fica enfraquecida.

Isso acontece porque os juros de diversos setores, como o bancário e o imobiliário, também sobem. Dessa forma, as famílias ficam com a renda corroída e se veem obrigadas a buscar crédito bancário para pagar dívidas, por exemplo. O problema é que os juros desta modalidade estão muito elevados, e a sua procura pode ser mais negativa que benéfica.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.

Obrigado por se cadastrar nas Push Notifications!

Quais os assuntos do seu interesse?