Nos últimos dias, tem havido uma disseminação nas redes sociais de mensagens que afirmam que o presidente Lula, do Partido dos Trabalhadores (PT), anunciou a intenção de confiscar as poupanças dos brasileiros, com o intuito de investir em países da América do Sul.
Obviamente, essa notícia se espalhou e gerou bastante preocupação entre as pessoas. Afinal, essa situação já ocorreu anteriormente no governo Collor, como sabemos.
Mas será que essa história tem fundamento? Para responder a essa e outras questões relacionadas a fala do atual presidente durante a abertura do encontro com os presidentes da América do Sul nesta semana, de onde partiram os boatos, organizamos esse texto.
Assim, reunimos todas as informações que você precisa para esclarecer essa história. Continue a leitura com a gente.
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Antes de tudo, é importante afirmar que essa história é falsa. O presidente não sugeriu confiscar as poupanças individuais dos cidadãos, como afirma as postagens feitas nas redes sociais.
Na terça-feira (30), durante a reunião dos chefes de Estado sul-americanos em Brasília, o presidente Lula fez uma declaração significativa sobre o uso das poupanças regionais para impulsionar o progresso sul-americano.
Assim, a partir desse pronunciamento, começou-se espalhar essas falsas informações fazendo com quê muitas pessoas acreditassem que deveriam se preocupar e passassem a temer a possibilidade de ter os valores confiscados.
É importante ressaltar que, desde 2018, tem havido a circulação de desinformações que associam o PT a medidas de confisco. Todavia, sempre se tratou de fake news.
Na verdade, Lula propôs a implementação de uma iniciativa inovadora: a formação de uma poupança regional, que seria alimentada por recursos provenientes de bancos de desenvolvimento de países da América do Sul.
Entenda um pouco mais sobre esse conceito abaixo:
“Poupança regional tem a ver com os recursos disponíveis que podem ser utilizados para a produção. Lula não está falando de um ativo financeiro como uma caderneta de poupança. O conceito de poupança regional pode envolver recursos financeiros ociosos, mão de obra desempregada ou capacidade ociosa da indústria, que poderiam ser melhor aproveitados. Não tem nada a ver com o confisco de caderneta de poupança.” Disse André Roncaglia, economista e docente na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Em um comunicado oficial emitido pela Secretaria de Comunicação Social (SECOM), alega-se que a suposta proposta de confisco é infundada e inverídica.
Além disso, o Ministério da Fazenda esclarece que a referida “poupança”, mencionada pelo político, é simplesmente uma reserva financeira comum entre as nações sul-americanas.
A nota emitida pela Secom e pelo Ministério da Fazenda busca esclarecer a questão e desfazer qualquer mal-entendido que possa ter surgido.
O governo enfatiza a importância da transparência e da comunicação precisa para evitar especulações infundadas que possam prejudicar a confiança na economia e nas políticas governamentais.
Além disso, é importante ressaltar que desde a promulgação da Emenda Constitucional nº 32 em 2001, o confisco de bens financeiros foi proibido pela Constituição.
Essa emenda estabeleceu uma vedação ao presidente da República, impedindo-o de emitir medidas provisórias com o propósito de apreender bens, poupanças ou qualquer ativo financeiro.
A disseminação da notícia falsa ocorreu como resultado de uma postagem feita pelo deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) em sua conta do Instagram.
Além do parlamentar, outros usuários no TikTok também contribuíram para espalhar essa tese enganosa a respeito do confisco. A propagação da informação falsa nessas plataformas ampliou ainda mais a sua circulação, atingindo um grande número de pessoas desinformadas.
É importante ressaltar que a disseminação de notícias falsas pode ter consequências graves, minando a confiança do público e gerando confusão generalizada.
Como usuários de mídias sociais têm a capacidade de alcançar um grande número de pessoas, é crucial que sejam responsáveis ao compartilhar informações, verificando a veracidade dos fatos antes de compartilhá-los.
O combate às notícias falsas requer esforços coletivos de todos os setores da sociedade para promover a educação digital, incentivar a verificação de fatos e disseminar informações precisas e confiáveis.