Brasileiros já pagaram R$1 trilhão em impostos em 2021
Os brasileiros já pagaram R$1 trilhão em imposto desde o primeiro dia do ano de 2021. O valor foi atingido às 7h53 desta quarta-feira (19), pelo Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Nessa conta entram impostos, taxas e contribuições, incluindo multas, juros e a correção monetária.
Segundo dados da ACSP, no ano passado essa marca de R$1 trilhão em impostos só foi atingida no dia 27 de junho, e em 2019, em 24 de maio. “O índice, portanto, aponta que os contribuintes brasileiros devem pagar mais dinheiro para os cofres públicos neste ano do que pagaram em 2020 e, até mesmo, em 2019, época sem pandemia.” concluiu a ACSP por nota.
Existem alguns fatores contribuintes para que essa marca tenha sido atingida precocemente. De acordo com uma análise feita pela própria ACSP, esses fatores são: aumento da inflação, desvalorização do real em relação ao dólar, e o aumento das importações aos grandes varejistas e ao comércio considerado não essencial. O aumento das compras online e pedidos de delivery também foram apontados como fatores contribuintes.
Segundo Marcel Solimeo, economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo, atividades que geram muitos impostos acabaram crescendo durante a pandemia de coronavírus.
“Alguns exemplos são as exportações, que estão em alta, e o montante das vendas em supermercados que, além de estar muito elevado, ainda proporciona maior arrecadação por conta dos preços dos produtos que vêm subindo”, afirmou o economista.
O que é o Impostômetro?
Impostômetro é um medidor estatístico dos impostos que um país paga em qualquer instante de tempo. Ele utiliza de uma regressão estatística para deduzir a arrecadação de tributos a qualquer momento, levando em conta que alguns impostos são pagos fixamente todos mês.
O Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo foi criado em 2005. Seu objetivo é informar os brasileiros sobre a carga tributária que estão pagando e, incentivar para que os cidadãos cobrem de seus governantes o retorno desses impostos em forma de melhorias para a sociedade em que vivem. Ele se localiza na sede da ACSP, no centro da cidade de São Paulo.
Metodologia para arrecação dos impostos
Segundo dados obtidos no site da ACSP, para o levantamento das arrecadações federais a base de dados utilizada é a Receita Federal do Brasil, Secretaria do Tesouro Nacional, Caixa Econômica Federal, Tribunal de Contas da União, e o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Já no caso das arrecadações municipais, os dados são obtidos através da Secretaria do Tesouro Nacional, dos municípios que divulgam seus números de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, dos Tribunais de Contas do Estado.
Quando os valores ainda não foram divulgados pelos órgãos citados acima, o Impostômetro utiliza os valores dos impostos arrecadados do mesmo período do ano anterior, fazendo ajustes de acordo com o índice de crescimento médio de cada tributo dos três anos imediatamente anteriores.
Para fazer projeções futuras da arrecadação de impostos, o Impostômetro utiliza do mesmo índice médio de crescimento dos tributos, em relação aos três anos imediatamente anteriores. Ajustes também são feitos de acordo com as sazonalidades.