Toda essa confusão fiscal que os investidores estrangeiros comentam sobre o Brasil de fato tem justificativas. Atualmente, o país é considerado o mais complexo do mundo para se fechar negócios.
Segundo um relatório que foi realizado pela TMF Group, o Brasil ficou na primeira colocação neste ranking de negócios, que analisou 77 países em diversos continentes. Foram analisados 290 critérios, sendo que na sequência ficaram França e México, surpreendendo pelo fato de um país europeu e considerado desenvolvido ter ficado entre os primeiros lugares.
Rodrigo Zambon, que é diretor do TMF Group, explicou que o Brasil já tem um longo histórico de complicações para as empresas internacionais. Para Rodrigo, são vários os pontos que fazem do Brasil um país complicado para os investimentos, que envolvem desde os estados, federações e do Governo Federal, que ainda não simplificaram a tributação.
Código tributário brasileiro é um dos mais extensos e prejudica para fechar negócios
Para Zambon, o código tributário brasileiro é um dos mais complicados, com cerca de 40 mil páginas e com vários artigos que são bastante complexos até mesmo para os maiores entendedores do nosso sistema tributário. O mesmo ainda acredita que estão acontecendo sinalizações para uma simplificação, como a partir da Reforma Tributária.
Outro detalhe visto pelo executivo da TMF Group sobre negócios, é que existem jurisdições que são mais evoluídas no mundo. O Brasil, através de sua equipe econômica, deveria olhar para elas e tentar facilitar a entrada de capital estrangeiro.
Entre os países menos complexos do mundo para se fazer negócios, El Salvador aparece na sexagésima posição e é provável que evolua ainda mais agora, após a aceitação do Bitcoin e que oferecerá benefícios fiscais para investidores estrangeiros e a possibilidade de uma reserva de valor mais confiável do que o dólar do ponto de vista intervencionista do governo.
Atributos foram listados para avaliar uma diminuição fiscal do Brasil aos investidores
Alguns atributos poderiam ser considerados para diminuir a complexidade fiscal do Brasil aos investidores. A primeira delas, é tornar o processo de documentação mais ágil para quem está pensando em colocar capital no país, sendo que isso iria passar uma maior confiabilidade e suporte para as instituições.
Outro ponto a ser observado, é a instabilidade que o Brasil passa aos investidores, principalmente para quem tem uma visão de longo prazo. Isso para os investidores estrangeiros é muito importante, sobretudo quando eles tem certeza de que os contratos serão respeitados por um longo tempo.
Países que diminuíram a complexidade conseguiram evoluir ao longo do tempo
Entre os 77 países analisados, podemos destacar alguns deles que por terem diminuído a complexidade para a entrada do capital estrangeiro em seu território, puderam evoluir ao longo dos últimos anos.
A Dinamarca é um exemplo interessante, pois por muitos é considerado um país socialista, que de fato não acontece, se destacando por ser uma das nações mais abertas para se fazer negócios. A Irlanda então é um exemplo ainda mais vitorioso, saindo de uma das nações que chegou a ser uma das mais pobres da Europa para uma das mais evoluídas e com um dos IDHs mais altos.