O Ministério do Trabalho e Emprego anunciou que em 2022 a economia brasileira criou mais de 2 milhões de empregos formais, isto é, com carteira assinada. Foram 2.037.982 vagas criadas.
Segundo dados oficiais do governo, o número de admissões superou o de demissões. Foram: 22,64 milhões de contratações e 20,61 milhões de demissões.
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), mostram que mesmo com saldo positivo, os números de 2022 apontam para uma queda de 26,6% se comparado a 2021, ano em que foram registrados 2,776 milhões de empregos.
O economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre FGV) Rodolpho Tobler, afirma que a desaceleração na geração de contratos formais já era prevista.
“O emprego já vinha perdendo força, mas chama a atenção a clara desaceleração no final de 2022. Temos muitas variáveis macroeconômicas negativas, como inflação alta e tendência de juros permaneceram elevados. Isso desaquece a economia, o que se reflete no mercado de trabalho”, explicou.
O responsável da pasta, ministro Luiz Marinho, atribuiu a queda dos números à reforma trabalhista de 2017, que possibilitou alterações nas normas que regulam as relações de trabalho.
Setores que mais criaram empregos
As oportunidades criadas foram distribuídas nos cinco setores da economia:
Serviços: responsável por 1,176 milhão de postos de emprego;
Comércio: (350 mil);
Indústria: (251 mil);
Construção: (194 mil);
Agropecuária: (65 mil).
Oportunidades por região
Os dados mostram também que houve geração de emprego nas cinco regiões do país no ano passado. A região sudeste aparece em primeiro lugar, seguida da região nordeste. Em seguida, aparecem as regiões sul, centro-oeste e norte, respectivamente.
Salários
O Ministério informou também que o salário médio das novas contratações foi de R$ 1.915,16 em dezembro de 2022, o que demonstra queda em relação a novembro (R$ 1.933,06).
Caged x Pnad
Os dados do Novo Caged levam em consideração os empregos com carteira assinada, isto é, não incluem os informais.
Desse modo, os resultados não possibilitam estabelecer uma comparação com os números de desempregados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), obtidos por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad).
Projeções para 2023
Para 2023, a expectativa não é animadora. Analistas de mercado afirmam que os números vão continuar em desaceleração este ano. A explicação está na projeção do Produto Interno Bruto (PIB).
“Essa é a tendência, seguindo as expectativas de um PIB (Produto Interno Bruto) mais baixo, que sofre efeitos dos juros. Assim, utilizando nossa projeção de 0,5% para o PIB, esperamos que sejam criadas 500 mil vagas formais em 2023”, afirmou o economista-chefe do Banco Original, Marco Caruso.