O mercado de trabalho brasileiro continua enfrentando muitas dificuldades nos últimos tempos. De acordo com o Ministério do Trabalho e Previdência, o Brasil criou 2,03 milhões de postos formais de trabalho no ano passado.
Embora o número seja bem expressivo, o seu desempenho foi bem menor que o cenário observado em 2021. Em síntese, o Brasil havia criado 2,776 milhões de empregos formais no ano anterior, valor 26,6% maior que o registrado em 2022.
A saber, os dados de 2021 ficaram bastante elevados, pois sucederam um período de muitas dificuldades no país. Isso porque, em 2020, o mundo foi impactado pela pandemia da covid-19, que provocou a perda de milhões de empregos.
No Brasil, houve demissões em massa, redução de jornada de trabalho e de remuneração. Isso aconteceu porque o período ficou marcado pelo distanciamento social, com muita gente se isolando em casa, reduzindo o consumo no país em diversas áreas consideradas não essenciais. Aliás, 192,5 mil vagas com carteira assinada foram fechadas em 2020.
Já no ano seguinte, muitos trabalhadores foram recontratados ou conseguiram novas ocupações profissionais. Por isso que houve um crescimento bastante expressivo no número de empregos formais criados no Brasil em 2021.
A propósito, todos estes dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Vale destacar que não é mais adequado fazer comparações com os dados do mercado de trabalho referentes a anos anteriores a 2020, pois o governo federal modificou a metodologia do levantamento.
Segundo os dados do Caged, o Brasil registrou bem mais contratações que demissões em 2022. Veja abaixo os números:
Com o acréscimo destes resultados, o Brasil encerrou o ano de 2022 com um saldo de 42,71 milhões de empregos com carteira assinada.
A saber, esse valor ficou 5% maior que o saldo observado no final de 2021 (40,67 milhões). No entanto, na comparação mensal, houve uma queda 1%, visto que havia 43,14 milhões de pessoas com empregos formais no país em novembro do ano passado.
Esse dado mostra que o mercado de trabalho sofreu uma grande perda em dezembro. Em resumo, houve 431 mil demissões a mais que contratações no último mês de 2022. Por isso que o saldo de empregos formais no país caiu em relação ao mês anterior.
Aliás, os meses de dezembro geralmente têm resultados negativos. No último mês de 2021 isso também aconteceu, e o Brasil registrou o fechamento de 265,8 mil vagas formais.
Também vale destacar que o saldo de empregos formais ficou bem maior que o observado no final de 2020, ano em que o Brasil sofreu com os fortes impactos da pandemia. À época, o saldo de postos formais de trabalho era de 38,559 milhões, ou seja, o estoque em dezembro de 2022 estava 10,76% maior.
O levantamento do Ministério também mostrou que o setor de serviços liderou a criação de empregos no país em 2022. A saber, o setor registrou a criação de 1,176 milhão de empregos no país, o que representa 57,7% do total de postos formais de trabalho gerados no ano passado.
Em seguida, ficou o grupamento comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, que gerou pouco mais de 350 mil vagas em 2022. Isso corresponde a 17,2% do total de vagas criadas, valor bem menor que o de serviços.
Da mesma forma, os demais grupamentos também registraram criação de postos de trabalho em 2022. A terceira posição ficou com a indústria (251,9 mil vagas de emprego formal), seguida por construção (194,4 mil) e pelo grupamento agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (65 mil).
Além disso, o Ministério do Trabalho também revelou dados sobre as regiões brasileiras. No ano passado, houve a abertura de vagas em todas elas, com destaque para o Sudeste, responsável por 48% dos postos de trabalho criados.
Veja abaixo os dados de cada uma das regiões brasileiras em 2022:
Em resumo, as regiões tiveram os seguintes percentuais em relação ao total de vagas criadas no país: Nordeste (18,9%), Sul (15,2%), Centro-Oeste (11,4%) e Norte (5,8%).
Por fim, vale ressaltar que os dados do Caged consideram apenas os trabalhadores com carteira assinada. Em outras palavras, o levantamento não inclui os trabalhadores informais do país.
Assim, estes dados não são comparáveis às informações levantadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (PNAD) Contínua.