O Ministério do Trabalho e Emprego declarou no decorrer da última quarta-feira, 31 de maio, que o país gerou cerca de 180 mil novos empregos formais durante o mês de abril de 2023.
Isto é, de acordo com dado que se encontra no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Ademais, é importante lembrar que estas informações se referem à quantia líquida de contratações, ou seja, menos as demissões.
Segundo o Governo Federal, no mês de abril deste ano, aconteceram 1,865 milhão de contratações e 1,685 milhão de demissões. Assim, o número, quando em comparação ao mês de abril de 2022, quando foram criados 205,49 mil empregos formais, apresenta uma diminuição de 12,4%.
Já abril de 2020, por exemplo, no ponto mais crítico da pandemia de Covid-19 no país, 981,69 mil postos de trabalho foram fechados.
No entanto, analistas não recomendam a comparação dos dados atuais como aqueles do ano de 2020. Isto é, visto que a antiga gestão acabou alterando toda a metodologia.
Além disso, segundo os dados do Ministério do Trabalho e Emprego, 705,7 mil novas oportunidades formais foram criadas durante os quatro primeiros meses de 2023. Desse modo, o total indica uma retração de 14,5% em comparação ao mesmo período no ano passado. Naquele momento, foram criados 825,49 mil novos postos de trabalho.
Os dados do Caged do mês de abril deste ano indicam que novos empregos formais foram criados em todos os setores da econômica nacional. Ademais, outra informação do levantamento é de que todas regiões do país contaram com a abertura de novas vagas de emprego.
Valor da renda também mudou
Com o estudo, foi possível verificar outros dados além da criação de emprego. Assim, o Governo Federal também pontuou que a remuneração média de admissão aos trabalhadores foi de R$ 2.015,58 em abril.
Assim, vê-se que isso representa um aumento real, ou seja, acima do índice da inflação, em relação ao mês de março de 2023, que chegou à marca de R$ 1.971,11.
Em comparação com abril do ano passado, os salários deste ano também apresentaram um aumento. Na época, o valor médio foi de R$ 1.980,61.
Entenda os dados do Caged e Pnad
As informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged, levam em consideração somente os empregos formais. Isto é, aqueles que possuem carteira de trabalho assinada.
Desta forma, os números deste estudo não podem passar por comparação com as informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta último considera a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad).
Nesse sentido, os dados do Caged são de empresas que fazem parte do setor privado com carteira assinada. Enquanto isso, as informações do Pnad são de pesquisa domiciliar e números do setor informal da economia.
Durante a última quarta-feira, 31 de maio, os dados do IBGE indicam que a taxa de desemprego no país foi de 8,5% no primeiro trimestre. Este, portanto, é o menor índice em um trimestre encerrado em abril desde o ano de 2015, que alcançou a marca de 8,1%.
“Essa estabilidade é diferente do que costumamos ver para este período. O padrão sazonal do trimestre móvel fevereiro-março-abril é de aumento da taxa de desocupação, por meio de uma maior população desocupada, o que não ocorreu desta vez”, pontua Alessandra Brito, analista da pesquisa, por meio de nota publicada pelo IBGE.
200 mil brasileiros voltam a procurar emprego
Durante o mês de abril, o Brasil alcançou a marca de 3,8 milhões de cidadãos que desistiram de procurar algum emprego. Assim, este número representa uma redução de 192 mil pessoas, que corresponde a uma retração de 4,8% em relação ao trimestre anterior.
O grupo, também chamado de desalentado, se consiste em todos os cidadãos que:
- Possuem mais de 14 anos de idade;
- Se encontravam fora do mercado de trabalho
- Não estão buscando uma oportunidade de emprego.
Desse modo, em comparação ao mesmo período no ano de 2022, a marca apresenta uma variação negativa de 15,3%. Segundo dados da Pnad Contínua, no ano passado, o país contava com cerca de 4,5 milhões de pessoas desalentadas.
Além disso, é possível conferir algumas das razões para estes números. Nesse sentido, entre os principais motivos para a condição estavam:
- Falta de experiência profissional;
- Ausência de oportunidades de emprego próximas;
- Pouca idade.
Dentro deste contexto, portanto, vê-se que estas condições podem influenciar nos resultados da pesquisa.
Confira os estados com menos criação de empregos
O estado da Paraíba obteve mais uma marca negativa na criação de novos empregos formais. Isto é, trata-se de informação também da pesquisa do Ministério do Trabalho e Emprego, através do Caged.
Segundo o levantamento, então, a região apresentou uma diminuição de 3 mil postos de trabalho. Deste número foi possível perceber que houveram 17.141 demissões contra 13.960 contratações no mês de abril. Logo, foram mais demissões do que criações de novos empregos.
O estado vem contrariando a tendência de crescimento de oportunidades no país. Além da Paraíba, o estado de Pernambuco também apresentou um índice negativo, com a diminuição de 2,4 mil postos. Ademais, o estado de Alagoas também apresentou retração em um total de 4 mil.
Nos três estados, o forte impacto foi no setor da fabricação de açúcar, que vem sofrendo os impactos de forma negativa.
A situação dos moradores do estado da Paraíba fica ainda mais crítica com os números acumulados entre os meses de janeiro a abril deste ano de 2023. Isto é, pois apresenta o pior saldo de empregos formais entre todas as unidades da federação.
Desemprego em 2023 irá diminuir em todo o mundo
Segundo a estimativa da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o número de desempregos em todo o mundo deverá sofrer uma redução de cerca de um milhão.
“De acordo com as expectativas nas expectativas mais recentes da OIT, a taxa de desemprego global cairá 0,1 ponto percentual em 2023, para alcançar uma taxa de 5,3%”, destacou a organização.
Segundo a entidade, portanto, o número de desempregos será reduzido de 192 milhões, marca alcançada no ano passado, para 191 milhões em 2023. Desse modo, irá contra a estimativa que a própria agência divulgou em janeiro deste ano.
Além disso, a entidade destaca que a melhora ocorre em razão de “uma resiliência maior do que a esperada nos países de alta renda, e não uma proteção generalizada”.