Os atores globais Cauã Reymond e Tatá Werneck poderão ter o sigilo bancário quebrado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga pirâmides financeiras com criptomoedas. A decisão pela quebra de sigilo ainda não foi confirmada, mas foi sinalizada pelo presidente da CPI, o deputado federal Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ).
A ideia da Comissão é avaliar a necessidade da quebra do sigilo não apenas bancário, mas também fiscal e telemático dos atores da TV Globo. “Não mediremos esforços e quebraremos os sigilos de quem quer que seja para dar uma resposta a todas essas 200 mil famílias (número de lesados no esquema fraudulento)”, disse Ribeiro.
Tatá Werneck e Cauã Reymond chegaram a ser convocados para prestar depoimento para a CPI na tarde desta terça-feira (15). Contudo, eles não compareceram à reunião depois de conseguirem um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF), que os liberou da necessidade de participar do procedimento.
A acusação contra Tatá e Reymond
Os artistas viraram o grande foco da CPI das criptomoedas por terem participado de campanhas publicitárias para a empresa Atlas Quantum. Trata-se basicamente de um golpe com criptomoedas que teria gerado um prejuízo de mais de R$ 7 bilhões a milhares de investidores no Brasil.
O objetivo da CPI é entender até que ponto ia o envolvimento de Tatá Werneck e Cauã Reymond com esta empresa, e consequentemente com a fraude com vitimizou mais de 200 mil pessoas em todas as regiões do país.
Para o presidente da CPI, uma série de golpes financeiros na internet acabam utilizando a imagem de artistas famosos com o objetivo de dar credibilidade ao processo fraudulento. Na visão do deputado, tais artistas também precisam ser investigados para entender o tamanho da participação deles no esquema.
“As pessoas acessam esses conteúdos e acreditam que se tratam de algo sério e realmente rentável, pois acompanham a vida desses artistas e nada parece dar errado”, disse o presidente da CPI nesta semana.
Marcelo Tas
Tatá e Reymond não são os únicos que estão no alvo desta CPI das criptomoedas. Nesta quarta-feira (16), seria a vez do apresentador Marcelo Tas, que também realizou campanhas publicitárias para esta mesma empresa. Contudo, ele já confirmou que vai faltar ao depoimento.
Tas apresentou um atestado médico que alega que o artista não está em condições de fala por causa de um problema na garganta. De todo modo, ele garantiu que vai estar presente na CPI para responder as perguntas dos parlamentares na próxima semana.
Entendimento
Por se tratar de um fenômeno relativamente novo, a legislação das criptomoedas no Brasil ainda conta com alguns pontos nebulosos. Não está claro, por exemplo, qual é o grau de responsabilidade de pessoas que veiculam um golpe nas redes sociais, sejam elas artistas ou não.
Pelo Código de Defesa do Consumidor, o que se sabe é que a culpa precisa ser da empresa que pratica o golpe, e não da pessoa que veicula o golpe em questão. Este entendimento já livrou empresas de punições em anos anteriores.
O que dizem os acusados
- Tatá Werneck
Os advogados de Tatá Werneck dizem que a atriz participou apenas de uma propaganda envolvendo este esquema, e alegam também que a apresentadora não tinha nenhum conhecimento sobre o esquema de pirâmides, que está sendo investigado pela CPI neste momento.
- Cauã Reymond
Os advogados de Cauã Reymond dizem que ele “não tem qualquer informação sobre os fatos investigados, não conhece pessoalmente os personagens investigados e tão somente teve relação com a empresa Atlas Quantum na qualidade de ator”
Filme juntos
Tatá Werneck e Cauã Reymond são dois dos atores mais seguidos do Brasil nas redes sociais. Juntos, eles protagonizaram o filme de comédia Uma Quase Dupla, onde os seus personagens se juntavam para combater o crime.