O presidente da República, Jair Bolsonaro, estuda realizar um novo reajuste nos salários dos servidores públicos até o fim do seu mandato, em 2022. A informação foi confirmada pelo ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Wagner Rosário.
O ministro, em videoconferência com servidores da CGU, disse que a informação foi repassada pelo próprio Bolsonaro. O reajuste vai de encontro ao proposto pela Reforma Administrativa, ainda em estudo pela equipe econômica do governo.
A Reforma visa diminuir os gastos públicos com servidores, acabar com a progressão automática na carreira e diminuir os salários iniciais dos futuros aprovados em concursos públicos.
O ministro da CGU disse que o presidente tem restrições a assuntos abordados na Reforma Administrativa.
“O presidente falou na reunião: ‘eu queria dar um aumento salarial para os servidores antes de terminar meu mandato, no meu mandato eles não tiveram nenhum aumento”, disse Rosário, conforme informado pelo jornal O Globo.
A reunião
O ministro criticou a forma com que o funcionalismo é tratado publicamente e nas conversas internas do Governo no que se referente ao que vendo proposto pela Reforma Administrativa.
“Quando falaram que os servidores não estão perdendo nada, eu disse: ‘Não estão perdendo nada? Perdi R$ 1.400. Estou pagando quatro mil de previdência e você vem falar que não perdemos nada!’. Falei para um ministro numa reunião”, destacou.
Para ele, o presidente Bolsonaro tem demonstrado se opor à diminuição dos benefícios dos servidores público.
“Fico tranquilo porque o presidente é completamente contra. O máximo que ele (Bolsonaro) aceitou foi congelar os salários durante dois anos a contar de março” disse o ministro.
Altos salários: Maia diz que ‘Sacrifício é quase nenhum’
Para o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, o mais difícil é passar no concurso. Após isso, segundo ele, os salários crescem gradativamente com as progressões automáticas. “O sacrifício é quase nenhum”, disse Maia.
Além disso, Maia falou do cargo de Policial Legislativo, do Senado Federal. De acordo com ele, em oito anos, um aprovado no concurso já consegue atingir o teto salarial.
Atualmente, o limite de remuneração na Administração Pública Federal é referente aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o que equivale hoje a R$39.293.
“Como as coisas são automáticas, o grande desafio é passar no concurso. O grande desafio é a pessoa ser policial legislativo. Depois de passar no concurso, sai do salário inicial de R$14 mil e, em oito anos, está no teto”, disse o presidente da Câmara durante reunião virtual da frente parlamentar mista da Reforma Administrativa no dia 23 de julho.
O presidente da Câmara defende que seja feita uma regulamentação no valor do teto salarial do serviço público. Para ele, é necessário que aconteça um diálogo com todos os setores para encontrar uma solução e acabar com o chamado os ‘supersalários’.
Hoje, como alguns ganhos não são submetidos ao teto salarial, há funcionários públicos que ganham mais do que os ministros do STF.
Desde 2016, já está em trâmite no Congresso Nacional o projeto de lei 6726/2016 , que redefine o que deve e o que não deve ser submetido ao teto remuneratório do funcionalismo.
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