Bolsa Família: Lula oficializa hoje o programa para 2023

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Assinada Medida Provisória que institui o novo Bolsa Família

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou na última quinta-feira (2) a Medida Provisória (MP) 1155/2023, que institui o novo Bolsa Família, durante cerimônia no Palácio do Planalto.

O Bolsa Família é um programa originalmente criado pelo Governo Federal em 2004. O presidente da época, Luiz Inácio Lula da Silva, tinha por objetivo quebrar o ciclo geracional da pobreza a curto e a longo prazo, por meio de transferências condicionadas de renda. 

Em 2021, o programa foi extinto e substituído pelo Auxílio Brasil, durante o governo de Jair Bolsonaro. Em outubro de 2022, Lula foi eleito novamente presidente do Brasil, e todos se questionaram se o programa assistencial iria continuar.

Conforme dito em campanha, o petista declarou que iria dar continuidade ao programa, retornando o nome para Bolsa Família. Desta vez, os objetivos do programa são mais amplos: além de acabar com a fome, também integrar políticas públicas, facilitando o acesso das famílias a direitos básicos como saúde, educação, assistência social e moradia.

Entenda o que muda com a reformulação do programa.

Bolsa Família: Novos valores

Segundo o governo, os valores do programa são:

  • Nenhuma família receberá menos que R$ 600;
  • As famílias beneficiárias com crianças entre zero e seis anos receberão R$ 150 adicionais para cada criança;
  • As famílias beneficiárias com crianças à partir dos sete anos e adolescentes com menos de 18 anos receberão R$ 50 adicionais; 
  • As famílias beneficiárias com gestantes receberão R$ 50 adicionais por gestante.

O Governo Federal informa na Cartilha Bolsa Família que o valor de R$ 150 será pago a partir de março de 2023. Por questões operacionais, os demais benefícios do Bolsa Família começarão a ser pagos a partir de junho de 2023. Até lá, será mantido o pagamento da cesta de benefícios do Programa Auxílio Brasil, com a adição do benefício por criança na primeira infância do Bolsa Família. 

A MP do novo Bolsa Família entrará em vigor ao ser publicada no ‘Diário Oficial da União’, porém, terá de ser aprovada em até 120 dias pelo Congresso Nacional. 

Durante a cerimônia, o presidente pediu que a sociedade ajude na fiscalização do Cadastro Único.

“Se tiver alguém que não mereça, esse alguém não vai receber. O programa é só para as pessoas que estão em condições de pobreza, declarou Lula.

Bolsa Família: qual será o objetivo?

O programa traz novidades focadas nas pessoas mais pobres e vulneráveis. O MDS (Ministério do Desenvolvimento Social) vai agir integrado com o sistema público e privado liderando uma rede de inclusão socioeconômica, isto é, baseada no direito e na renda.

O novo formato leva em conta o tamanho e as características de cada família. Assim, aquelas famílias com três ou mais pessoas passarão a receber um valor maior do que uma pessoa que vive sozinha.

O programa também vai promover ações complementares em articulação com outras políticas, para superação da pobreza e transformação social.

Critérios de renda para o programa

Com a nova legislação, terão acesso ao programa todas as famílias com renda de até R$ 218 por pessoa. Antes, era considerado o limite de R$ 210 como renda per capita máxima.

A seleção para a participação no programa considera a estimativa de pobreza, a quantidade de famílias atendidas em cada município e o limite orçamentário.

Os pagamentos devem começar a partir de 20 de março.

Segundo o ministro do desenvolvimento social, Wellington Dias, 700 mil famílias que estavam de fora do programa vão passar a ser contempladas. Elas entrarão no lugar de beneficiários que não se enquadram nas regras do programa.

Bolsa Família: Se a renda da família aumentar?

O ministro Dias afirmou ainda que o programa tem regras para incentivar às famílias a conseguir um emprego formal e aumentar a sua renda.

Se a família melhorar de vida, a renda dela pode aumentar até meio salário mínimo per capita, sem que ela saia imediatamente do programa.

No caso de famílias que aumentam a renda e precisam se desligar do programa e eventualmente perderem depois, o governo garante que haverá prioridade no retorno ao Bolsa Família.

Como informa o site do Governo Federal, a família que ultrapassar o critério de renda porque os membros conseguiram emprego, pode permanecer no programa por até 24 meses, recebendo 50% do valor do benefício. O valor de 50% da regra de proteção será aplicado a partir de junho de 2023. Esta ação tem como objetivo estimular o emprego e a carteira assinada.

“Muitos dizem que as pessoas beneficiárias não querem assinar carteira porque sairá do Bolsa Família. Com essa nova regra, fica garantido que a pessoa que arranjou um emprego, se a renda aumentar até meio salário mínimo por pessoa, a família não é excluída automaticamente do programa. Ela permanece. Mesmo assim, queremos estimular que as pessoas tenham uma renda mais elevada”, explica o ministro para o portal Exame.

Bolsa Família e o Cadastro Único: retorno da rede de fiscalização

Com a atualização do Cadastro Único e pactuação com a rede do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), acontecerá uma busca ativa de quem mais precisa de correção e irregularidades.

O MDS vai contar com órgãos de controle, integrado com conselhos, entidades, estados e municípios para retornar com a rede de fiscalização do Cadastro Único e do Bolsa Família.

Novo aplicativo do Bolsa Família

No Aplicativo Bolsa Família, é possível saber os benefícios da família, além de saber as datas do calendário de pagamentos, a situação do benefício e quais parcelas já foram sacadas. 

O Responsável Familiar pode acessar os dados e saber ainda quais as notificações encaminhadas pelo Governo Federal para sua família. O app Bolsa Família estará disponível nas lojas de aplicativos a partir de 6 de março. 

Quais as condições que a família deve seguir?

O governo afirmou que os beneficiários vão ter que seguir tomar algumas ações, como:

  • manter crianças de 4 a 5 anos com frequência escolar mínima de 60%;
  • manter 75% de frequência escolar mínima para jovens de 6 a 18 anos de idade e para quem não concluiu a educação básica;
  • fazer o acompanhamento pré-natal (no caso de gestantes);
  • manter as carteiras de vacinação atualizadas da família inteira, com todos os imunizantes previstos no Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. 
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