A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que taxas extras na conta de luz serão suspensas no mês de outubro. Dessa forma, assegurou a continuidade da bandeira verde na tarifa de energia elétrica para os brasileiros.
Conforme esclarecido pela Aneel, a decisão de manter a bandeira verde se deve às significativas melhorias observadas nos níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas do país. Assim, o custo de geração de energia é mais baixo se comparado a outras fontes.
Vale ressaltar que a ausência de taxas adicionais ocorre desde abril de 2022, graças à recuperação dos volumes dos reservatórios e à gestão eficiente dos recursos hídricos.
Com base nas informações coletadas recentemente, a Aneel projeta que a conta de luz permanecerá estável. Portanto, não haverá reajustes decorrentes da aplicação das bandeiras tarifárias até o encerramento de 2023.
É importante ressaltar que a bandeira verde estará em vigor para todos os consumidores conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
Esta condição representa uma perspectiva positiva para os consumidores. Afinal, não se espera um aumento nas contas de luz devido à variação das condições de geração.
Para saber mais sobre as tarifas da conta de luz, não deixe de conferir esse texto.
Sistema de bandeiras tarifárias na conta de luz
Introduzido em 2015, o sistema de bandeiras foi proposto como ferramenta para informar o consumidor sobre as condições de geração de energia elétrica no país. Além disso, instruir sobre os valores da conta de luz.
O mecanismo é reflexo das condições de oferta de energia. Quando o cenário é favorável, com geração a baixo custo, a bandeira é verde. Já se as condições encarecem a geração, as bandeiras amarela ou vermelha são acionadas.
A lógica por trás desse sistema é trazer transparência ao consumidor. Assim, permitindo que ele compreenda os custos envolvidos em sua conta de luz, e possa adaptar seu consumo, se assim desejar.
As cores das bandeiras, verde, amarela e vermelha, representam, em ordem crescente, o grau de escassez e os custos associados à geração de energia. Cada cor implica um valor adicional diferente na tarifa de energia. Os percentuais cobrados por cada bandeira são:
- Bandeira Verde: Neste estágio, os consumidores não enfrentam cobranças adicionais na conta de luz;
- Bandeira Amarela: Aqui, há uma taxa adicional de R$ 1,874 por 100 kWh consumidos;
- Bandeira Vermelha – Nível 1: Esta categoria impõe um custo extra de R$ 3,971 na conta de luz por 100 kWh consumidos;
- Bandeira Vermelha – Nível 2: Em uma situação ainda mais severa, o adicional é de R$ 9,492 por 100 kWh consumidos;
- Bandeira de Emergência Hídrica: Representando condições extremamente críticas, esta faixa cobra um extra de R$ 14,20 por 100 kWh consumidos.
Durante o período de setembro de 2021 a 15 de abril de 2022, a vigência foi da bandeira de escassez hídrica. Portanto, os consumidores pagavam na conta de luz um adicional de R$ 14,20 para cada 100 kWh consumidos.
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Proposta de diminuição das bandeiras tarifárias ganha destaque
A Aneel deu um passo importante em direção à redução dos custos na conta de luz, ao aprovar a abertura de uma Consulta Pública. O objetivo desta iniciativa é promover um amplo debate sobre a diminuição dos valores de referência das bandeiras tarifárias.
A decisão de avaliar uma reconfiguração nos valores vem respaldada por alguns fatores que têm mostrado sinais positivos no setor energético:
- Cenário hidrológico favorável: As condições climáticas e de reservatórios recentes sugerem uma situação mais estável para a geração hidrelétrica, uma das principais fontes de energia do país;
- Crescimento na oferta de energia renovável: O Brasil tem presenciado um aumento expressivo na capacidade de geração de energia por meio de fontes renováveis, como solar e eólica. Por consequência, diminuindo a dependência de outras fontes mais caras ou ambientalmente impactantes;
- Estabilização dos preços dos combustíveis fósseis no mercado internacional: A recente estabilidade e alívios nos preços dos combustíveis fósseis têm impactado positivamente as contas relacionadas à geração de energia, sobretudo em termos de termelétricas.
A agência anunciou uma proposta de reajuste significativo nas tarifas das bandeiras, pretendendo uma redução da conta de luz.
Na bandeira amarela, a redução proposta é de quase 37%, alterando o valor de R$29,89/MWh para R$18,85/MWh. Já no caso da bandeira vermelha, a proposta apresenta duas diferentes faixas de reajuste.
Para o patamar 1, sugere-se uma diminuição de 31%, passando de R$65,00/MWh para R$44,64/MWh. Enquanto no patamar 2, a redução proposta é de aproximadamente 20%, levando o valor de R$97,95/MWh para R$78,77/MWh.
A expectativa é de que haja uma diminuição nos componentes associados à operação do SIN, proporcionando maior estabilidade e previsibilidade na conta de luz.