A Bienal de Arquitetura de Veneza 2021, por meio de um de seus temas transversais “Time, Space, Existence”, remete à urgência em revermos o modo como estamos lidando com os recursos naturais.
Além disso, abriga a concorrida exposição de pré-lançamento da Bienal da Amazônia, que posteriormente acontecerá em sua primeira edição integral, em 2022, nas cidades de Belém do Pará (BR), Nova York e Brasília, propondo o tema “Sobrevivência”.
A arquiteta e urbanista, Patricia O’Reilly, foi convidada para ser a curadora oficial de arquitetura da Bienal da Amazônia. A arquiteta é reconhecida pelo seu trabalho dedicado à sustentabilidade.
O currículo de Patrícia é vasto e dentre as principais conquistas da arquiteta e urbanista, podemos destacar:
- Pós graduada em Ecologia da Paisagem pela FundaciòVS em Barcelona,
- Mestre em Arquitetura e Meio Ambiente: Integração das Energias renováveis na Arquitetura pela Universitat Politècnica de Catalunya, em Barcelona,
- Vice-presidente da rede E-dau de arquitetura e sócia do Atelier O’Reilly Architecture & Partners com sede em São Paulo.
O escritório de Patrícia realizou trabalhos relevantes como os projetos amazônicos Mirante do Gavião e o emblemático Hotel Curuduri.
Além deles, está em seu portfólio o Fórum Mundial Permanente de Sustentabilidade em Dubai, dentre outros, por trazerem à luz, como premissa, o caminho da viabilidade econômica para os empreendimentos sustentáveis, o que eleva a posição do Brasil no setor.
A empresa de Patricia o Atelier O’R também realizou o projeto arquitetônico “Nova Sede para o Instituto Favela da Paz, com requalificação urbana do entorno”.
Este trabalho promove e estimula a sensação de pertencimento do lugar e integra na arquitetura da nova sede obras de arte do artista plástico Alexandre Mavignier em suas fachadas.
Atualmente o projeto do Atelier O´Reilly está listado entre os 10 projetos mais importantes da Bienal de Veneza, destacado entre os 110 trabalhos de 46 países, todos eles exatamente buscando soluções que urgem por reestabelecer uma relação saudável entre nós e o planeta.
Alexandre Mavignier, além de multiartista é também escultor, é autor da obra icônica do lançamento da Bienal da Amazônia, a Amazon Tears.
De acordo com Mavignier a obra: “é uma representação orgânica abstrata, construída com 994 pedaços de carvões trazidos de incêndios florestais amazônicos, que denunciam a violência do homem contra ele mesmo e a natureza, que expõe a dor da Amazônia em devastação, presente na trama que arrasta entropia e da distopia “amazônica” com uma mão, e utopia “amazônida” com a outra”.
Obra com pedaços de carvões de queimadas na Amazônia
O trabalho artístico “Amazon Tears”, com seus 2 metros de diâmetro, é hoje uma das principais atrações, destaque da exposição na ilha, constando no mapa de Veneza da Bienal.
A obra, que antecipa a temporada de queimadas que inicia, todos os anos, em meados de agosto, chama a atenção para o fato de que para a temporada de incêndios criminosos de 2021.
A obra “Amazon Tears” apresenta como forma a torção de uma ondulação dos rios voadores amazônicos, construída com pedaços de carvões, retirados de árvores incendiadas na floresta amazônica.
Com dois metros de diâmetro e um metro e trinta de altura, pesando 80 kg, a obra inspirada nos rios voadores amazônicos, recebe um facho de luz que projeta a sombra do Gavião Real, maior ave dos céus da floresta, ambos em extinção.
Para ter acesso a mais informações, imagens e textos (em inglês), acesse o site “Time space existence”, clicando aqui.
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