O programa Auxílio Brasil, que foi implementado para substituir o Bolsa Família durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, enfrenta mais um obstáculo. A Caixa Econômica Federal, responsável pelo pagamento do benefício, foi condenada a indenizar os quase 4 milhões de beneficiários que tiveram seus dados vazados. No entanto, o banco contesta a decisão e alega não ter identificado qualquer responsabilidade no vazamento.
No ano de 2022, durante a gestão de Bolsonaro, cerca de 4 milhões de brasileiros tiveram suas informações pessoais expostas de forma inadequada. Dados como nome completo, data de nascimento, CPF, endereço, valores recebidos, número do Cartão Nacional, número do Sistema Único de Saúde (SUS) e número de Identificação Social (NIS) foram divulgados de maneira indevida.
Diante dessa situação, o Instituto de Defesa da Proteção de Dados Pessoais, Compliance e Segurança da Informação (Instituto Sigilo) moveu uma ação judicial exigindo que a Caixa Econômica Federal e a União pagassem uma indenização de R$ 15 mil para cada um dos beneficiários afetados. A decisão foi proferida em primeira instância, mas ainda cabe recurso.
Em resposta à decisão judicial, a Caixa Econômica Federal emitiu uma declaração oficial informando que irá recorrer da decisão. O banco alega que, após uma análise preliminar, não identificou nenhum vazamento de dados sob sua responsabilidade. Além disso, a Caixa reforça que possui uma infraestrutura adequada para a manutenção da integridade de sua base de dados e da segurança dos sistemas do Cadastro Único.
A contestação por parte da Caixa levanta dúvidas sobre a viabilidade do pagamento total da indenização, estimada em R$ 40 milhões. Afinal, caso a decisão seja mantida, cada beneficiário afetado teria direito a receber a compensação financeira. No entanto, o desenrolar do processo judicial ainda está em andamento e é necessário aguardar os desdobramentos.
Para auxiliar os beneficiários do antigo Auxílio Brasil a verificar se tiveram seus dados vazados, o Instituto Sigilo disponibilizou uma página na internet. Através do site é possível conferir se o seu nome está na lista dos afetados pelo vazamento de dados.
Ao acessar o site, os beneficiários devem preencher um formulário contendo nome completo, e-mail, CPF e telefone. Além disso, é necessário ler a política de privacidade e os termos de uso. É importante ressaltar que a consulta é opcional e não é obrigatório se associar a nenhuma ONG durante o processo.
Após preencher os dados e confirmar as informações, o sistema irá informar se o beneficiário está elegível para receber a indenização. Caso não esteja na lista dos afetados, a mensagem exibida será “Você não está elegível”. Por outro lado, se o nome estiver na lista, a mensagem será “Você está elegível”. Nesse caso, é recomendado aguardar os desdobramentos do processo judicial, acompanhando as informações disponibilizadas pelo Instituto Sigilo.
A decisão judicial em primeira instância determinou que a Caixa Econômica Federal e a União são responsáveis por indenizar os beneficiários do Auxílio Brasil que foram afetados pelo vazamento de dados. Além da Caixa e da União, a ação movida pelo Instituto Sigilo também envolve a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev).
O juiz responsável pelo caso ressaltou que as instituições deveriam ter zelado pela proteção dos dados dos beneficiários, o que não ocorreu. O acesso indevido a esses dados pode causar prejuízos e ser utilizado para fins fraudulentos. Portanto, a decisão de indenizar os afetados foi embasada na confiança que os beneficiários depositaram nas instituições responsáveis pelo programa.
A Dataprev afirmou que não reconhece o vazamento de dados citado na ação e que já adotou as medidas judiciais cabíveis. Por sua vez, a ANPD apresentou suas considerações por meio dos Embargos de Declaração no processo.
O vazamento de dados dos beneficiários do programa Auxílio Brasil trouxe à tona uma série de questionamentos e desafios legais. A decisão judicial em primeira instância determinou que a Caixa Econômica Federal e a União devem indenizar os afetados, mas o banco contesta a responsabilidade no vazamento. Acompanhar o desenrolar do processo judicial e verificar se seus dados foram afetados é importante para os beneficiários. O Instituto Sigilo disponibiliza uma ferramenta online para essa consulta. A decisão final ainda está pendente, e novos desdobramentos são aguardados para definir se os beneficiários receberão a compensação financeira prometida.