Como esperado, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), decidiu reduzir a taxa básica de juros, conhecida como Selic, em 0,5 ponto percentual. A decisão foi confirmada no final da tarde desta quarta-feira (13), logo depois da conclusão da reunião entre os diretores.
Com isso, a taxa básica de juros que estava em 12,25%, passou para 11,75% ao ano. Como não há mais previsão de reuniões do Copom em 2023, é possível afirmar que este é o patamar final da Selic para este ano.
Esta foi a quarta decisão de corte na taxa Selic feita pelo Banco Central (BC) este ano. As quedas começaram a ter força no último mês de agosto. Hoje, a decisão pelo corte de 0,50 ponto foi unânime, ou seja, todos os diretores da que participaram da reunião concordaram que este seria o ritmo correto de queda neste momento.
Sequência de quedas
A sequência de quedas vai continuar em 2024? Ao menos de acordo com o relatório da reunião, a resposta é sim. Os diretores sinalizaram que deverão realizar mais reduções de mesma intensidade nas próximas reuniões, ou seja, no mínimo nos meses de janeiro e março de 2024.
Esta sinalização, no entanto, frustrou o governo federal, que vinha pressionando nos últimos dias para que ao menos uma sinalização de cortes maiores fosse feita. Não aconteceu. A expectativa é de novas reduções na casa dos 0,5 ponto.
“Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, disse o comitê.
“A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, expectativas de inflação com reancoragem apenas parcial [convergindo parcialmente em direção às metas] e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária”, seguiu a nota.
E o que a Selic tem a ver comigo?
Mas afinal de contas, o que uma decisão tomada em uma sala reservada por alguns poucos diretores tem a ver com a sua vida? Muita coisa. A definição da taxa Selic estabelece o total de juros que você vai pagar quando faz uma compra no cartão de crédito, por exemplo.
A Selic é a taxa básica de juros do país. Ela serve de base para todos os juros que são cobrados em várias modalidades de aquisição no Brasil. É o caso, por exemplo, do consignado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Nos últimos meses, a taxa máxima de juros foi reduzida justamente por causa das quedas na Selic.
Impacto para o consignado do INSS
A partir desta quarta-feira (13), aliás, o consignado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) conta com um novo teto máximo de juros. Todos os contratos de empréstimo para esta modalidade feitos a partir de hoje não podem ultrapassar uma marca de 1,80% ao mês.
A redução do teto máximo de juros do consignado do INSS foi uma decisão tomada pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) na última semana. A medida também já foi oficialmente publicada no Diário Oficial da União (DOU), pelo Ministério da Previdência, no último dia 6 de dezembro.
Para o Ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), as reduções na Selic motivam as reduções no teto de juros do consignado. Em entrevistas recentes, ele vem afirmando que toda vez que a Selic cair, o teto de juros do consignado vai cair também.
“O Ministério da Previdência Social tem, de forma reiterada, respondido às demandas e argumentos das entidades que representam as instituições financeiras, nas questões relacionadas ao teto da taxa de juros nas operações de crédito consignado.”