Uma semana depois da sanção do consignado para os usuários do Auxílio Brasil, bancos brasileiros ainda tentam se adaptar ao processo para decidir o que fazer. Alguns deles já adiantaram que permitirão a solicitação, outros afirmam que aguardam a regulamentação pelo Ministério da Cidadania e um terceiro grupo já bateu o martelo dizendo que não oferecerão nada.
O banco Agi, por exemplo, anunciou que oferecerá o crédito. “O Agi já oferece crédito consignado para beneficiários do INSS e agora passa a oferecer também para beneficiários do Auxílio Brasil”, disse a instituição em uma nota enviada ao jornal Valor nesta segunda-feira (8). A instituição elogiou a liberação do empréstimo.
“A sanção dessa medida representa a possibilidade de acesso ao crédito a milhões de brasileiros que precisam do recurso para realizar algum projeto específico ou até mesmo para as demandas básicas do dia a dia. Entendemos ser um importante mecanismo de inclusão financeira para esse público”, completou ele.
Do outro lado, está o banco Bradesco. Em declaração recente, o presidente da instituição, Octavio de Lazari Júnior, adiantou que eles não oferecerão o consignado. “Não se trata de uma aposentadoria ou pensão, mas um benefício a pessoas que estão em dificuldades. Portanto, o Bradesco não vai operar nessa carteira. Estamos falando de indivíduos vulneráveis”, disse ele.
“Em vez de ser uma boa operação para o banco e para o cliente, entendemos que a pessoa terá mais dificuldade quando o benefício cessar, e, por isso, preferimos não operar”, completou ele. De acordo com informações da imprensa, representantes de bancos como Santander e Itaú ainda devem aguardar pela regulamentação do Ministério da Cidadania.
Na última semana, o presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou o texto do consignado do Auxílio Brasil. A lei já tinha sido aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, e antes mesmo já estava valendo porque era regida por uma Medida Provisória (MP).
Com a sanção de Bolsonaro, o consignado está oficialmente liberado. Assim, as pessoas já podem fazer a solicitação. De qualquer forma, a maioria das instituições financeiras ainda aguarda pela regulamentação do Ministério da Cidadania.
Informações de bastidores dão conta de que a pasta só deverá sancionar o projeto em uma data mais próxima das eleições. Até lá, a principal dica dos especialistas é esperar para que o cidadão consiga uma taxa de juros mais baixa.
Nesta segunda-feira (8), o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem um encontro marcado com representantes da Federação Nacional dos Bancos (Febraban). Entre outros pontos, eles deverão discutir a questão do consignado do Auxílio Brasil.
O Ministro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, confirmou a informação. “Vamos fazer um apelo à Febraban e aos seus associados para que tenham sensibilidade neste momento com a população mais pobre e necessitada”, disse ele em entrevista ao portal Poder 360.
“O empréstimo consignado para os beneficiários do Auxílio Brasil precisa ser com juros que não coloquem essa população mais vulnerável em dificuldades. O momento atual pede união de todos, e tenho certeza de que os bancos pensam no bem no Brasil”, completou Nogueira sobre a situação do consignado do programa social.