Ligado ao Governo Federal, o Banco do Brasil ainda pode ficar de fora do consignado do programa Auxílio Brasil. Segundo informações do jornal O Globo, alguns diretores da instituição ainda avaliam com preocupação a possibilidade de ingressar na linha. Uma resposta oficial ainda não foi divulgada pelo BB.
Vale lembrar que a liberação ou não do crédito consignado do Auxílio Brasil é uma opção de cada banco. Cada instituição tem o direito não apenas de decidir se vai operar a linha, como pode definir também a taxa de juros que poderá cobrar dos usuários. Em declarações recentes, o presidente do BB, Fausto Ribeiro, deixou a decisão em aberto.
“Estamos fazendo uma análise sobre a questão da forma, de como isso vai ser implementado, da forma de consignação, os prazos, as condições financeiras, e em breve vamos ter um posicionamento em relação a esse tema”, disse Ribeiro durante uma conversa com diversos jornalistas.
“Estamos, como um banco de mercado, buscando alternativas. E se a gente achar que deve entrar, porque a linha oferece condições satisfatórias, para que a gente tenha segurança na questão de risco e boa condição financeira, seguramente nós ingressaremos”, seguiu o presidente da Caixa, sem sinalizar qualquer decisão final.
“A prestação tem que caber no bolso para fazer sentido, mas também, por outro lado, tem que trazer um retorno adequado aos acionistas, e essa posição que vai ser levada em consideração”, disse ele. Nesse sentido, cabe lembrar que existem muitos questionamentos sobre a liberação do consignado para um público notadamente mais vulnerável.
Caixa vai em outra direção
Se o Banco do Brasil ainda não bateu o martelo oficialmente sobre a entrada na linha, o mesmo não se pode dizer da Caixa Econômica Federal. Em entrevista recente, a presidente da Instituição, Daniella Marques, já disse que vai oferecer o consignado.
“O que eu posso dizer é que existe o compromisso da Caixa de que seja feito na menor taxa possível e que a gente praticará a menor taxa do mercado, respeitando os comitês e a governança do banco”, disse Marques na entrevista.
“A gente quer fazer um trabalho educativo muito grande para não gerar um estímulo ao endividamento das famílias”, completou ela. Marques evitou citar números sobre a taxa de juros, mesmo porque o Ministério da Cidadania ainda não decidiu se vai estabelecer um teto para os bancos.
O que falta para o consignado?
Oficialmente, o consignado do Auxílio Brasil já foi aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) desde o último dia 4 de agosto. Quase dois meses depois, os usuários do programa ainda não podem solicitar o crédito.
Inicialmente o Governo indicou que poderia liberar o saldo no último mês de agosto. Contudo, o prazo passou para setembro. Agora, informações de bastidores dão conta de que a previsão mais otimista é abrir a possibilidade apenas na primeira quinzena de julho.
Como dito, o Ministério ainda não bateu o martelo sobre a imposição ou não de um teto para a taxa de juros. Nesta semana, membros da pasta deve se reunir com representantes da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) para discutir o tema.