Nesta semana, o Banco Central (BC) dá início à penúltima reunião de 2023 para definir os novos caminhos da política monetária do Brasil. O encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC dura dois dias e, nas próximas terça e quarta-feira, dias 31 de outubro e 1º de novembro, a autarquia vai decidir qual será a nova taxa básica de juros do país, a Selic.
A maioria dos analistas do mercado financeiro acredita que a taxa terá o terceiro corte consecutivo de mesmo patamar. A expectativa é que haja uma redução de 0,50 ponto percentual (p.p.) ao final do encontro do Copom. Caso a previsão se confirme, a Selic passará de 12,75% para 12,25% ao ano.
Aliás, os analistas parecem estar totalmente crédulos em relação a essa redução. Isso porque o corte de 0,50 p.p. é uma aposta unânime no mercado, que também já tem suas estimativas para a última reunião de 2023 do Copom, em dezembro.
Em resumo, o BC vem afirmando nos últimos meses que deverá manter os cortes dos juros neste patamar. Portanto, os investidores apostam que a decisão será essa, até porque não houve qualquer comunicado da autarquia indicando um posicionamento diferente do citado.
O principal objetivo do Copom ao elevar a Selic é segurar a inflação do país. Em suma, uma Selic mais alta puxa consigo os juros praticados no país, reduzindo o poder de compra do consumidor. Como consequência, desaquece a economia do país, limitando o avanço da chamada “inflação por demanda”.
Quando a Selic sobe, encarece o crédito, reduzindo a busca das pessoas por empréstimos. Dessa forma, o consumo tende a diminuir, uma vez que a população passa a ter menos dinheiro em mãos.
Como a demanda diminui, os preços começam a cair, desacelerando a inflação, mas isso só acontece com o tempo. Por isso que o Banco Central manteve a taxa Selic estável por cerca de um ano, entre agosto de 2022 e julho deste ano, apesar da desaceleração da inflação no país.
Inclusive, é importante explicar que desaceleração não significa queda. Na verdade, os preços de bens e serviços subiram no ano passado, ficando mais caros que em 2021. A diferença é que a alta foi menor que a de 2021, mas os produtos e serviços ainda ficaram mais caros no país.
Em síntese, a inflação no Brasil veio levemente menor que o esperado em setembro. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,26% no mês passado, abaixo da mediana das projeções do mercado, que indicavam uma variação de 0,33% no mês.
Segundo os dados mais recentes, os analistas do mercado financeiro acreditam que o Brasil terá uma inflação de 4,65% em 2023. Caso isso se confirme, o país conseguirá cumprir a meta da inflação pela primeira vez em três anos, já que houve estouro da meta em 2021 e 2022.
A saber, o Conselho Monetário Nacional (CMN) define uma meta central para a inflação do país todos os anos. Assim, o BC age para cumprir a meta definida, pois a inflação controlada traz diversos benefícios para o país, como:
Para 2023, o CMN definiu uma meta central de 3,25% para a inflação no país, podendo variar entre 1,75% e 4,75%. Isso acontece porque a entidade também define um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa inflacionária, para cima e para baixo.
As estimativas mais positivas dos analistas do mercado financeiro mostram que a redução dos juros não está impedindo a desaceleração da inflação. Logo, a expectativa de corte dos juros se mantenha mais firme que nunca. Aliás, a expectativa é que haja uma nova redução de 0,50 p.p. em dezembro.
Vale destacar que uma inflação controlada traz diversos benefícios para a economia brasileira, como:
Nos últimos meses, a inflação perdeu bastante força no país. Inclusive, os analistas estão bem mais otimistas, reduzindo cada vez mais as estimativas para a taxa inflacionária do país em 2023. Por isso que a expectativa é que o BC reduza a taxa de juros nesta semana.