Banco Central: repasse de preços do produtor para o consumidor

A pressão sobre os preços de bens industriais ao consumidor tem se revelado persistente. Confira o repasse de preços para o consumidor!

Banco Central: repasse de custos na indústria de transformação e do produtor para o consumidor

Conforme informações do Banco Central, a pressão sobre os preços de bens industriais ao consumidor tem se revelado persistente. Para avaliar em que medida essa persistência está associada a movimentos de custos, este boxe atualiza dois boxes anteriores:

“Dinâmica Recente do IPA e relação com o IPCA”, publicado em setembro de 2020, e “Repasse de custos na indústria da transformação”, publicado no Relatório de Inflação (RI) de março de 2021.

Em resumo, esta atualização mostra que a persistência da alta dos preços dos produtos industriais ao consumidor está ligada à continuidade da elevação expressiva dos preços na fábrica, que por sua vez refletem forte repasse de custos de insumos, informa o relatório oficial do BC.

Repasse de preços do produtor para o consumidor

A comparação direta entre o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é prejudicada pelas diferenças relevantes de composição das cestas de produtos dos dois índices. Para proceder com comparações de produtos mais similares, constrói-se primeiramente uma correspondência entre componentes do IPA e do IPCA, para só então comparar as agregações relevantes.

IPCA e IPA – variação de preços

De acordo com relatório, o IPCA e o IPA correspondentes mostram deslocamento grande e persistente, no sentido de que a variação de preços ao consumidor é menor do que seria prevista considerando a relação observada na série histórica. 

Quando o estudo original foi publicado, usando dados até agosto de 2020, esse deslocamento se manifestava de forma menos intensa. Além disso, apesar de já existir algum distanciamento inicial entre os preços industriais no IPA e no IPCA, a maior discrepância nos meses finais daquela amostra vinha dos preços administrados, em particular combustíveis. Tal discrepância estava associada a um coeficiente de repasse inferior a um e tinha ocorrido na direção oposta nos meses anteriores.

As diferenças mais elevadas são referentes aos preços dos alimentos

Agora, com um ano a mais de dados na amostra, a análise da desagregação em termos de alimentos, bens industriais e preços administrados revela que o maior e mais persistente descolamento tem ocorrido para preços dos bens industriais.

 Essa evidência aparece não somente nas séries de tempo do IPA e do IPCA correspondentes para o segmento industrial, mas também na correlação entre as duas séries.

Conforme informa o BC, a comparação é feita relativizando as diferenças pelas respectivas escalas das séries. Em termos absolutos, discrepâncias maiores na ponta são observadas em alimentos e preços administrados, de acordo com o relatório oficial da inflação, divulgado pelo Banco Central do Brasil. 

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