Banco Central deverá atuar com novo governo para combater a inflação (confira!) - Notícias Concursos

Banco Central deverá atuar com novo governo para combater a inflação (confira!)

Expectativa é a de que o índice de preços caia ano que vem

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira (03/11), durante uma conferência em Madri, na Espanha, que irá trabalhar com o novo governo do presidente Lula da melhor maneira possível. “O órgão é independente e irá tratar de temas importantes para o Brasil”.

Campos Neto deverá ficar na presidência do BC até dezembro de 2024, visto que a lei em vigor estabelece um mandato para o cargo de quatro anos. Ele havia sido indicado em 2020 pelo presidente Jair Bolsonaro. Dessa maneira, ele ficará mais dois anos ocupando a presidência do banco.

Em agosto, o presidente do BC havia afirmado que não pretende continuar no cargo após o término de seu mandato. A transição entre governos começa nesta quinta-feira. O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin deverá se reunir com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.

De acordo com Campos Neto, a missão principal do BC tem sido o combate à inflação. Ele afirmou que há uma luta importante contra a alta de preços. A Instituição vem subindo os juros básicos da economia brasileira desde março de 2021, foram 12 atualizações da taxa Selic, que atualmente está em 11,75 pontos.

Alta de preços

Segundo o presidente do BC, é preciso encontrar uma maneira de o país crescer economicamente de uma forma sustentável. De fato, para conter o índice inflacionário, a taxa básica da economia brasileira ficou mantida em 13,75% ao ano, o maior índice em seis anos. Dessa maneira, o governo pôde conter a inflação.  

A definição dos juros básicos da economia é feita de acordo com o índice de inflação, de sua meta. No momento em que há uma alta de preços, o governo aumenta os juros, quando a inflação está em baixa, de acordo com as metas pré-estabelecidas, ele reduz a taxa Selic.

Estimativas para 2023

O Banco Central está atento no que ocorrerá nos próximos anos para definir uma política de juros. A meta inflacionária para 2023 é de 3,25%, sendo que a margem de tolerância é de 1,75% a 4,75%. Já para o ano de 2024, ela é de 3%, podendo variar entre 1,5% a 4,5%.

Em relação a 2022, o BC anunciou que é grande a chance de que a meta da inflação anual não seja alcançada, da mesma forma como aconteceu em 2021. Por essa razão a instituição tem mantido seu foco para 2024, através de sua política de juros. O banco informou que em 2023 possivelmente haverá também um estouro da meta da inflação para o ano.

Após dois meses seguidos de deflação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de outubro deverá ficar em 0,16%, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As informações apontam uma inflação até outubro de 4,80%, e de 6,85% nos últimos 12 meses.

Banco Central

Campos Neto destacou a importância da autonomia do Banco Central. “Geralmente os bancos centrais não falam muito sobre política, mas acho que a implicação é que, como podemos ver, o país está muito dividido. Nosso trabalho é ter certeza que temos um BC independente que vai trabalhar com o novo governo para isso”.

O BC do Brasil foi um dos primeiros bancos do mundo a instituir um aperto monetário com o objetivo de se combater a inflação. Segundo Campos Neto, isso se deve ao fato de que o país possui uma memória relativa aos tempos de indexação, visto que passou anos convivendo com altos índices de preços. Isso fez com que a atuação do Brasil fosse diferente do cenário internacional.

O presidente do BC ainda afirmou que a eleição teve um resultado apertado, com 50% para cada lado. Para ele, o momento é de trabalhar em conjunto, garantindo o crescimento do país, gerando empregos, e lutando contra a inflação. Seu trabalho é o de fortalecer a instituição, e a sua independência.

Dessa maneira, espera-se que o banco trabalhe em conjunto com o novo governo de Lula, de forma a atuar positivamente na construção de um país com uma economia forte. Para Campos Neto a polarização leva a péssimas políticas, reduzindo a produtividade.

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