O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil, anunciou na última quarta-feira (20/09), a redução de 0,50% na taxa de juros básica para a economia nacional, Selic. A princípio, com o corte estabelecido, ela passou para 12,75% ao ano. Essa é uma notícia esperada com ansiedade pelo Governo Federal.
Todavia, em seu comunicado, o Copom afirmou que tomou essa decisão de reduzir a taxa Selic, devido ao fato de que o cenário econômico do país atualmente possibilitou o corte. De fato, há neste momento, um processo de desinflação, tanto no Brasil como no exterior, o que possibilitou uma ação neste sentido pelo comitê.
De acordo com especialistas em economia, o Copom acabou por reconhecer que houve durante o primeiro semestre deste ano, um aprimoramento dos indicadores relacionados à pressão inflacionária no país. Além disso,a atividade econômica no Brasil apresentou resultados positivos, abrindo um espaço para o corte de juros.
Analogamente, é conveniente observar que o Banco Central anunciou que mesmo com os resultados positivos e o corte da taxa Selic, é preciso que o Governo Federal execute as metas fiscais do país. O Copom afirma que sua percepção sobre a economia não mudou desde a sua última reunião, no mês de agosto de 2023.
A inflacao, economia e a taxa Selic
O Copom em seu comunicado a respeito da redução da taxa Selic neste mês de setembro, considerou as recentes quedas do índice de inflação em todo o território nacional. Para ele, é uma consequência de fatores temporários e preços variáveis. Mesmo assim, o Banco Central ressaltou que há uma alta no acumulado de 12 meses.
Ademais, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve uma alta de cerca de 4,61% na inflação nos últimos 12 meses terminados no mês de agosto. Deve-se observar que no mês de julho deste ano, o crescimento da inflação era de 3,99%.
Dessa maneira, em relação à atividade econômica brasileira, o Banco Central diz que há no momento uma adaptação maior do que o apresentado em outros momentos. Mesmo assim, o Copom atua relevando alguns aspectos relacionados a uma desaceleração econômica nos próximos meses, em todo o Brasil.
Para especialistas em economia, a redução da taxa Selic pelo Banco Central neste mês de setembro, se caracteriza por uma manutenção das ações instituídas pelo Copom na última reunião. Isso quer dizer que há uma busca por um corte nos juros de forma gradual, com uma ação parcimoniosa relacionada aos juros praticados.
Atuação do Banco Central
Para o Banco Central, o desenvolvimento econômico do país apresentado nos últimos meses vem de encontro com as suas expectativas. Por essa razão, o Copom pôde observar que diante desse cenário, havia possibilidade de se realizar mais um corte na taxa Selic. Ele então manteve sua decisão de reduzir os juros.
Mesmo assim, o Banco Central em seu anúncio, falou sobre os riscos ainda inerentes à economia brasileira para os próximos trimestres. A inflação, de fato, ainda não está totalmente contida. O cenário externo, ou seja, a inflação global ainda está presente, assim como a alta do índice de preços no setor de serviços.
Analogamente, de acordo com o Relatório Focus do Banco Central desta semana, as projeções de diversas instituições financeiras nacionais entreistadas no levantmento, sobre a inflação no Brasil, apontam que o índice de preços em 2023 deve ficar em torno de 4,9%. A expectativa para o ano de 2024 é de 3,9% e para 2025, de 3,5% no total.
Metas fiscais do Governo Federal
Dessa forma, o Copom em suas decisões sobre o corte atual da taxa Selic também leva em consideração outros aspectos importantes. Podemos citar o controle do cenário fiscal no país. Segundo seu comunicado, “Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais, o Comitê reforça a importância da firme persecução dessas metas”.
Em conclusão, o Copom na última reunião, não incluiu a questão fiscal em seu balanço de riscos. Mesmo assim, o comitê salientou a importância de o Governo Federal cumprir suas metas estabelecidas. Dessa maneira, há um “afrouxamento” da política monetária nacional, ou seja, abre a possibilidade de mais cortes na taxa Selic.