Conforme informações oficiais do Banco Central do Brasil (BCB) o Índice de Preços ao Produtor Amplo – Mercado (IPA-M) apresentou recuo de 1,0% no trimestre encerrado em novembro.
De acordo com a instituição, a queda do índice foi substancialmente influenciada pelo minério de ferro – cujo preço recuou 39,2% no período, após ter caído 15,7% no trimestre anterior – e pela retração nos preços do milho, da soja e do boi – este último refletindo a interrupção das exportações de carne para a China.
Contudo, na indústria de transformação os preços continuaram subindo. Houve forte alta nos preços dos produtos derivados do petróleo e dos biocombustíveis, que refletem a já mencionada alta no preço das commodities e a oferta limitada de etanol no mercado doméstico, informa o Banco Central do Brasil (BCB).
Além disso, os preços da indústria da transformação excluindo combustíveis, alimentação e bebidas, também registraram relevante alta e continuam pressionando os preços ao consumidor de bens industriais. Nesse segmento, as maiores contribuições vieram dos preços de vestuário, automóveis, componentes eletrônicos e produtos químicos – item que inclui fertilizantes.
Dessa forma, os preços ao consumidor avançaram 3,55% no trimestre encerrado em novembro – uma das maiores altas trimestrais da série histórica.
Há cinco trimestres o índice registra variação acima do compatível com o cumprimento da meta, já considerado o limite superior do intervalo de tolerância, relata o Banco Central do Brasil (BCB) em documento oficial. A média dos núcleos acompanhados pelo Banco Central do Brasil (BCB) variou 2,51% no trimestre. A maior alta do IPCA em comparação aos núcleos revela a importância de fatores voláteis sobre a alta dos preços.
Contudo, os núcleos também estão significativamente acima do compatível com o cumprimento da meta, mostrando que a pressão é disseminada e atinge o processo inflacionário subjacente. No trimestre, todos os segmentos apresentaram variação superior à do trimestre anterior e acima da compatível com o cumprimento da meta.
A maior contribuição para a inflação no trimestre veio dos preços administrados, que avançaram 5,12%. A pressão está associada a itens energéticos como gasolina, gás de botijão e energia elétrica, que aumentaram 10,32% – reflexo da alta dos preços das commodities energéticas, da quebra da safra da cana-de-açúcar e da adoção da bandeira da escassez hídrica a partir de setembro.
Os itens administrados não relacionados à energia, no entanto, continuam registrando variações baixas, o que pode representar fator de pressão sobre a inflação nos próximos anos, informa o Banco Central do Brasil (BCB) em documento oficial, recentemente divulgado no site oficial da instituição.