Banco Central: Copom eleva a taxa Selic
Em sua reunião mais recente (241ª reunião), o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros em 1,00 ponto percentual, para 6,25% a.a. O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para as metas no horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2022 e, em grau menor, o de 2023. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego, informa o relatório oficial do Copom, disponibilizado no site oficial do Banco Central do Brasil.
Conforme o documento informa, o Copom considera que, no atual estágio do ciclo de elevação de juros, esse ritmo de ajuste é o mais adequado para garantir a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante e, simultaneamente, permitir que o Comitê obtenha mais informações sobre o estado da economia e o grau de persistência dos choques.
Sendo assim, neste momento, o cenário básico e o balanço de riscos do Copom indicam ser apropriado que o ciclo de aperto monetário avance no território contracionista. Para a próxima reunião, o Comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude. O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária.
Recuperação da economia global
A recuperação da economia global observada desde meados do ano passado prosseguiu no terceiro trimestre deste ano, porém com sinais de desaceleração da atividade na margem em algumas economias relevantes. O cenário prospectivo ainda está condicionado pela evolução da pandemia e pela capacidade da oferta se ajustar às mudanças no padrão de consumo global.
Conforme aponta o relatório, a divergência na evolução da atividade econômica persiste entre países e entre setores. De modo geral, a recuperação da atividade prossegue mais vigorosa nas economias avançadas que nas economias emergentes, principalmente nos emergentes afetados por novos surtos de casos
A elevação das expectativas de inflação e os países emergentes
Sendo assim, em meio a pressões inflacionárias e elevação das expectativas de inflação, alguns países emergentes iniciaram ou avançaram na redução do grau estimulativo da política monetária. Com menor espaço fiscal e vulneráveis às alterações das condições financeiras globais e a novos surtos da pandemia, as economias emergentes continuam mais sujeitas a riscos de descontinuidade em sua recuperação econômica. Ou seja, os países emergentes irão se recuperar mais lentamente, aponta o relatório do Banco Central.