A balança comercial brasileira encerrou julho deste ano com um superávit de US$ 9,03 bilhões. O valor cresceu 68,7% em relação ao montante registrado no mesmo mês de 2022, quando o saldo ficou positivo em US$ 5,357 bilhões.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgou os dados da balança comercial nesta terça-feira (1º). A propósito, a série histórica teve início em 1989, ou seja, há mais de 33 anos.
O superávit registrado em junho surpreendeu o mercado. Em resumo, esse é o maior resultado para meses de julho desde o início da série histórica. Em outras palavras, o Brasil nunca havia registrado um superávit tão expressivo em julho quanto o deste ano.
Cabe salientar que o resultado sucede o recorde histórico registrado em maio, quando o superávit da balança comercial brasileira somou US$ 11,4 bilhões. Esse foi o melhor resultado para todos os meses desde 1989, quando a série histórica teve início.
“O saldo comercial tem batido recordes, motivado pela redução da importação e uma certa resiliência da exportação, a gente vê que mesmo com queda grande de preços, o aumento dos volumes embarcados tem compensado essa queda [nos preços] no acumulado do ano“, explicou o diretor de Planejamento e Inteligência Comercial da Secretaria de Comércio Exterior, Herlon Brandão.
Exportações x Importações
De acordo com o MDIC, o superávit observado no mês passado resulta da subtração das exportações pelas importações. Os volumes registrados em julho foram os seguintes:
- Exportações somaram US$ 29,06 bilhões;
- Importações somaram US$ 20,03 bilhões.
No mês passado, a média diária de exportações caiu 2,6% em relação ao mesmo mês de 2022. Da mesma forma, as importações também caíram nessa base comparativa (-18,2%), mas o recuo foi bem mais forte, o que ajudou a balança comercial a encerrar julho com o maior superávit para o mês.
Em resumo, o país registra superávit comercial quando as exportações superam as importações. Em contrapartida, quando as importações são superiores, tem-se déficit comercial.
No acumulado de 2023, a balança comercial está com um superávit de US$ 54,1 bilhões. Entre janeiro e julho, as exportações somaram US$ 194,7 bilhões, alta de 0,4% em relação ao mesmo período de 2022. Por outro lado, as importações totalizaram US$ 140,6 bilhões, queda de 8,9% em um ano.
Exportações e importações caem em julho
Segundo o MDIC, o volume de exportações encolheu em julho devido à redução dos números em dois dos três segmentos pesquisados, na comparação com o mesmo mês de 2022. A única exceção foi a agropecuária, cujas vendas para o exterior cresceram levemente no mês passado.
Confira abaixo os dados das exportações brasileiras em julho:
- Indústria de transformação: US$ 15,62 bilhões (-4,9%);
- Agropecuária: US$ 6,84 bilhões (+1,8%);
- Indústria extrativa: US$ 6,45 bilhões (-2,6%).
Veja o volume que o Brasil exportou para os seus principais parceiros comerciais em julho:
- China, Hong Kong e Macau: US$ 9,12 bilhões (+14,2%);
- União Europeia: US$ 3,44 bilhões (-25,4%);
- Estados Unidos: US$ 3,20 bilhões (-3,0%);
- Argentina: US$ 1,60 bilhão (+16,4%).
Por sua vez, o volume das importações brasileiras encolheu em todos os segmentos pesquisados, na comparação com julho do ano passado. Confira os números das importações:
- Indústria de transformação: US$ 18,09 bilhões (-18,09%);
- Indústria extrativa: US$ 1,44 bilhão (-4,1%);
- Agropecuária: US$ 360 milhões (-24,9%).
Em suma, as importações do Brasil, vindas dos principais parceiros comerciais, caíram em julho. Isso explica o resultado nacional:
- China, Hong Kong e Macau: US$ 4,26 bilhões (-20,7%);
- União Europeia: US$ 3,98 bilhões (-0,8%);
- Estados Unidos: US$ 3,35 bilhões (-30,4%);
- Argentina: US$ 1,00 bilhão (-2,5%).
Entenda a alta das exportações em maio
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), alguns itens foram muito importantes para o resultado da balança comercial em julho. Confira abaixo os destaques do mês passado:
Produtos exportados que geraram os maiores volumes financeiros em julho de 2023 | |
Soja | US$ 4,87 bilhões |
Óleos brutos de petróleo | US$ 3,75 bilhões |
Minério de ferro e seus concentrados | US$ 2,40 bilhões |
Açúcares e melaços | US$ 1,49 bilhão |
Farelos de soja e outros alimentos para animais | US$ 1,14 bilhão |
Óleos combustíveis de petróleo | US$ 1,09 bilhão |
Milho não moído, exceto milho doce | US$ 1,07 bilhão |
Principais parceiros do Brasil
Em julho, a China continuou como o principal parceiro comercial do Brasil. Em suma, as exportações para o país asiático superaram as importações em US$ 4,86 bilhões no mês passado.
Da mesma forma, o Mercosul registrou superávit comercial no mês passado (US$ 930,74 milhões), bem como África (US$ 732,72 milhões), Oriente Médio (US$ 522,95 milhões), Argentina (US$ 602,43 milhões), México (US$ 309,66 milhões), Canadá (US$ 238,74 milhões) e Japão (US$ 237,12 milhões)
Em contrapartida, as importações dos Estados Unidos superaram as exportações em julho na ordem de US$ -145,99 milhões. Também houve déficit comercial em relação às transações realizadas com Rússia (-US$ 578,95 milhões), União Europeia (-US$ 538,45 milhões) e Oceania (-US$ 151,07 milhões),.