A balança comercial brasileira encerrou outubro deste ano com um superávit de US$ 80,2 bilhões. O valor cresceu 57,9% em relação ao montante registrado no mesmo período de 2022, quando o saldo ficou positivo em US$ 50,79 bilhões.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgou os dados da balança comercial nesta semana. A propósito, a série histórica teve início em 1989, ou seja, há mais de 33 anos.
O superávit registrado em outubro surpreendeu o mercado. Em resumo, esse é o maior resultado para os dez primeiros meses de um ano desde o início da série histórica. Em outras palavras, o Brasil nunca havia registrado um superávit tão expressivo entre janeiro e outubro quanto em 2023.
Exportações x Importações
De acordo com o MDIC, o superávit observado nos dez primeiro meses de 2023 foi resultado da subtração das exportações pelas importações. Os volumes registrados entre janeiro e outubro foram os seguintes:
- Exportações somaram US$ 282,5 bilhões;
- Importações somaram US$ 202,3 bilhões.
Em síntese, o país registra superávit comercial quando as exportações superam as importações. Em contrapartida, quando as importações são superiores, tem-se déficit comercial.
No período, ao volume de exportações cresceu 0,3% em relação aos dez primeiros meses de 2022, quando as exportações do Brasil somaram US$ 280,1 bilhões. Por outro lado, as importações do país encolheram 12,2% em relação ao ano passado (US$ 229,3 bilhões).
Veja os resultados de outubro
Ao considerar apenas outubro, último mês de divulgação dos dados, a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 8,96 bilhões. No décimo mês deste ano, as exportações somaram US$ 29,5 bilhões, enquanto as importações totalizaram US$ 20,5 bilhões.
Em todos os meses de 2023, a balança comercial registrou superávit comercial, ou seja, o volume de exportações superou o de importações em todos eles. Confira abaixo os resultados em cada um dos meses:
- Janeiro: US$ 2,31 bilhões;
- Fevereiro: US$ 2,57 bilhões;
- Março: US$ 10,74 bilhões;
- Abril: US$ 7,93 bilhões;
- Maio: US$ 10,96 bilhões;
- Junho: US$ 10,05 bilhões;
- Julho: US$ 8,21 bilhões;
- Agosto: US$ 9,58 bilhões;
- Setembro: US$ 8,90 bilhões;
- Outubro: US$ 8,96 bilhões.
Com exceção dos dois primeiros meses, o saldo da balança comercial brasileira ficou positivo de maneira significativa em 2023, com um superávit médio de US$ 8 bilhões em cada um dos dez primeiros meses deste ano.
Veja os principais produtos exportados em 2023
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), alguns itens foram muito importantes para o resultado da balança comercial entre janeiro e outubro deste ano. Confira abaixo os destaques de 2023:
Produtos exportados que geraram os maiores volumes financeiros em julho de 2023 | |
Soja | US$ 48,48 bilhões |
Óleos brutos de petróleo | US$ 33,97 bilhões |
Minério de ferro e seus concentrados | US$ 24,39 bilhões |
Açúcares e melaços | US$ 11,71 bilhões |
Milho não moído, exceto milho doce | US$ 10,58 bilhões |
Farelos de soja e outros alimentos para animais | US$ 10,25 bilhões |
Óleos combustíveis de petróleo | US$ 9,76 bilhões |
Principais parceiros do Brasil
Entre janeiro e outubro, a China seguiu como o principal parceiro comercial do Brasil. Em suma, as exportações para China, Hong Kong e Macau superaram as importações em US$ 42,58 bilhões nos dez primeiros meses deste ano. Esse resultado representou 53,1% do saldo da balança comercial no período.
Em relação ao mesmo período de 2022, as vendas para os países cresceram 12,25%, totalizando US$ 87,30 bilhões. Por sua vez, as importações totalizaram US$ 44,72 bilhões, queda de 13,97%. A diferença entre os resultados explica o superávit da balança comercial brasileira em relação aos países asiáticos.
Veja outros países e blocos comerciais que também ajudaram a impulsionar o superávit em 2023:
- Mercosul: US$ 6,12 bilhões;
- Argentina: US$ 4,75 bilhões;
- México: US$ 2,79 bilhões;
- Canadá: US$ 1,80 bilhão;
- Japão: US$ 1,28 bilhão.
Por outro lado, os déficits mais importantes foram registrados por Rússia (-US$ 6,46 bilhões), Estados Unidos (-US$ 2,41 bilhões), União Europeia (-US$ 60,16 milhões). Destes locais, o Brasil importou mais mercadorias do que enviou em 2023.
Governo eleva projeção de superávit em 2023
Os fortes resultados registrados pela balança comercial em 2023 fizeram o Governo Federal estimar um superávit recorde neste ano. Em suma, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, projeta um superávit de US$ 1 bilhões em 2023.
“Neste ano nós vamos bater recorde nas exportações. São esperados 342 bilhões de dólares de exportação e com um saldo de balança comercial de US$ 91 bilhões, cresceu 56% [o correto é 46%] o saldo comercial, entre o que eu exporto e o que eu importo“, disse Alckmin.
Caso as projeções se confirmem, o Brasil fechará o ano com um novo recorde. A saber, o maior superávit da balança comercial foi registrado em 2022, com o saldo totalizando US$ 61,52 bilhões. Em outras palavras, o valor em 2023 já é o maior da série histórica, e as estimativas do governo mostram o ótimo desempenho da balança comercial do país no ano.