Com as taxas de juros reais mais elevadas do mundo, comprar um carro no Brasil nem sempre é uma escolha vantajosa. Nos últimos anos, empresas de aluguel de carros e montadoras têm lançado serviço de assinatura que têm sido bem recebidos pelos brasileiros. No entanto, será essa a melhor opção para ter o veículo na garagem?
Diferente de comprar um carro, a modalidade de assinatura funciona mediante o pagamento de a taxa mensal a fim de utilizar o veículo, em contratos que variam de 12 a 48 meses. Essa taxa já engloba os gastos que um proprietário teria com taxas, seguro, impostos e manutenção.
Assinatura e aluguel: melhor do que comprar um carro?
Contudo, a assinatura difere do aluguel convencional. Geralmente, a opção pela assinatura é mais vantajosa para aqueles que utilizam o carro diariamente, ao contrário do uso pontual do aluguel.
No caso do aluguel, os consumidores pagam um valor mais elevado, porém há a vantagem da troca do veículo com maior frequência. Isso porque os períodos da locação são menores. Além disso, as empresas geralmente não impõem multas no caso da devolução antecipada.
Por outro lado, na modalidade de assinatura, é importante estar atento com o contrato. A Proteste, uma associação de defesa dos direitos do consumidor, ressalta a existência de multa e outros custos caso o assinante deseje encerrar o contrato. Também é fundamental observar os limites de quilometragem estabelecidos pelas empresas.
Afinal, o que é melhor?
Afinal, a assinatura é uma opção melhor do que a comprar um carro? Para responder a essa pergunta, é preciso considerar os custos. Foi realizada uma simulação para a assinatura do Renault Kwid Zen, um dos carros mais baratos do Brasil. O plano selecionado foi de 48 meses, com limite de 1.000 km mensais. A Renault OnDemand, a operadora da fabricante, cobra R$ 0,50 por quilômetro que exceder.
O valor mensal cobrado é de R$ 1.649, levando em conta que a taxa já inclui os custos com IPVA, documentação, licenciamento, emplacamento, manutenção e seguro. Por outro lado, um aluguel simulado de um carro da categoria do Kwid dentro de uma locadora seria R$ 2.172,58 durante o mês completo. Esse valor inclui as despesas com seguro e possíveis manutenções durante esses 30 dias.
E quanto à compra? Bem, para pagar R$ 1.616,15 em cada uma das 48 parcelas, é necessário dar a entrada mínima de R$ 17.500, uma vez que a maioria das instituições não financia sem essa entrada. Além disso, é preciso levar em consideração os custos com manutenção, taxas, impostos e seguro.
O que define a decisão
Contudo, há um aspecto decisivo nessa análise: ao final dos 48 meses, o comprador terá um carro que, apesar da desvalorização, ainda terá algum valor de revenda. No serviço da assinatura, a opção é devolver o automóvel, renovar seu contrato, bem como trocá-lo por outro.
De acordo com Bruno Rodrigues, que é especialista em finanças pessoais, a alternativa mais econômica é considerar a compra de um carro usado, que, apesar dos juros mais elevados para o financiamento, pode ser vantajoso em comparação com a assinatura.
Vantagens e desvantagens do carro por assinatura
O carro por assinatura é um serviço de aluguel a longo prazo de um veículo, no qual você paga para utilizar o automóvel por um tempo determinado em contrato, como citamos. Em seguida, apresentamos as vantagens e desvantagens do carro por assinatura com base nos resultados da pesquisa.
Vantagens
- Menor burocracia;
- Menos despesas;
- Possibilidade de ter carro zero todo ano;
- Zero risco de desvalorização;
- Tudo está embutido na mensalidade, incluindo documentação, seguro e revisões;
- Evita burocracias;
- Possibilidade de trocar de modelo depois de um determinado tempo;
- Evita a necessidade de busca de crédito.
Desvantagens
- Não dá a garantia de propriedade;
- Não há um patrimônio para ser usado na compra de outro bem no fim do plano;
- Não oferece a opção de compra ao final do contrato, pois o veículo pertence à locadora e você está pagando apenas pelo uso mensal e serviços como revisão, manutenção e seguro;
- O carro não será seu;
- Não é uma opção viável para quem roda pouco;
- Pode ser mais caro do que um financiamento automotivo;
- O cliente paga pelo uso, e não pela posse, então o carro não será seu.