Auxílio: usuários criticam aumento do Fundo Eleitoral em meio ao aumento da fome
Usuários de programas sociais criticaram o aumento do chamado fundão eleitoral no momento em que a fome avança no país
Na última sexta-feira (17), a Câmara Federal derrubou o veto presidencial do Presidente Jair Bolsonaro que impedia o aumento do chamado Fundo Eleitoral para a casa dos R$ 5,7 bilhões no próximo ano. Com isso, os partidos terão mais dinheiro público para usar em suas campanhas em 2022.
Quando vetou esse termo, Bolsonaro deixou claro que a sua ideia era de que o Congresso derrubasse esse veto. De acordo com informações oficiais, deputados da própria base do Governo se juntaram com partidos da oposição para aprovar esse aumento. Pelo menos é isso o que se sabe até aqui.
Na Câmara dos Deputados a vitória foi por 317 a 146. Já no Senado Federal foi de 53 a 21. O Fundão, vale lembrar, foi criado desde 2017 e tem como objetivo ajudar a financiar as campanhas eleitorais. Isso depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu o financiamento privado das campanhas eleitorais.
Só que esse aumento neste ano específico acabou pegando ainda mais mal entre boa parte da população. Isso porque esse dinheiro está aumentando no mesmo momento em que a fome tem dados alarmantes em todo o país. De acordo com a Rede Brasileira de Assistência Básica, cerca de 19 milhões de brasileiros estão passando fome neste momento.
Logo depois de aprovar a liberação de R$ 5,7 bilhões para o Fundo Eleitoral, os mesmos parlamentares aprovaram também a saída de cerca de R$ 300 milhões para os pagamentos do vale-gás nacional em dezembro. Em termos proporcionais, aliás, dá para dizer que cada deputado vai receber muito mais do que cada cidadão que precisa do novo benefício.
Não tem dinheiro para o Auxílio
A maior crítica por parte dos cidadãos é que membros do Governo Federal estão dizendo há meses que não há dinheiro para pagar o Auxílio Brasil para muita gente neste momento. Se imaginou, por exemplo, que o programa poderia chegar em 20 milhões, mas o Planalto manobrou para que apenas 17 milhões recebessem.
O mesmo vale para os pagamentos do vale-gás. De acordo com o projeto inicial, o Governo teria que atender cerca de 24 milhões de pessoas, porém, o Planalto alegou que não tem recurso para pagar para todos esses indivíduos, diminuindo essa projeção para 5,5 milhões de atendidos.
Críticas nas redes sociais
Nas redes sociais, várias pessoas criticaram a decisão de aumentar o fundo eleitoral neste momento. “317 deputados e 53 senadores, a maioria da base governista, derrubaram veto e o fundo eleitoral será triplicado em 2022 para o valor de R$ 5,7 bilhões. Vale recordar que para pagar o Auxílio Brasil, o Governo alegou que teria de furar o teto de gastos. Eis as prioridades”, disse um internauta.
“Pagar 400,00 reais ao pobre no auxílio emergencial estoura o teto. Mais dar 6 bilhões para fundo eleitoral não. Parabéns Deputados e Senadores”, ironizou um outro cidadão em seu perfil oficial no Twitter. Milhares de mensagens como estas se espalharam nos últimos dias nas redes sociais.
Governo e oposição se defendem
Líderes de oposição que votaram pelo aumento do Fundo partidário costumam dizer que essa é a melhor maneira de impedir que políticos precisem de empresas privadas. Eles dizem ainda que usar o dinheiro público para campanhas eleitorais é um ato de democracia.
O Governo Federal alega que está trabalhando cada vez mais para aumentar os seus auxílios. Membros do Centrão, por exemplo, dizem que votaram pelo aumento do Fundão, mas que também querem mais uma elevação de valores do Auxílio Brasil.