Auxílio invertido: quais cidades gastam mais para manter seus legislativos
De acordo com as informações oficiais, o cidadão paga um dinheiro para manter o seu legislativo funcionando. Veja lista de municípios
O Governo Federal está pagando neste momento um Auxílio Emergencial que varia entre R$ 150 e R$ 375 a depender do público. Isso todo mundo sabe. O que pouca gente desconfia é que existe também uma espécie de benefício invertido. É quando o cidadão paga para que os parlamentares continuem trabalhando.
Isso acontece por meio de pagamentos de impostos. De acordo com o Observatório de Informações Municipais, a cidade que tem o maior custo do legislativo é o Rio de Janeiro. Por lá, o gasto durante todo o ano de 2020 foi de R$ 882 milhões. Isso quer dizer que cada carioca pagou R$ 130 para manter esse funcionamento.
Isso é quase o valor mais baixo do Auxílio Emergencial do Governo Federal. E também é próximo do patamar médio do SuperaRJ, que é o programa estadual de transferência de renda do estado do Rio de Janeiro. É importante lembrar, no entanto, que esses benefícios são mensais. Os gastos com o legislativo consideram o montante total do ano.
Logo depois do Rio de Janeiro, a cidade que vem na segunda posição é São Paulo. Por lá, o gasto com o legislativo em 2020 foi de R$ 727 milhões. Na prática, isso quer dizer que cada paulistano pagou R$ 59 para que a Câmara Municipal continuasse funcionando no ano da pandemia do novo coronavírus.
Diante desses números, é possível imaginar que esses gastos tenham relação com a quantidade de habitantes destas cidades. No entanto, isso não tem influência. Acontece que o Rio de Janeiro é de fato o município que proporcionalmente mais cobra dos seus cidadãos. São Paulo, no entanto, está atrás da capital carioca e de outros legislativos como Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza e Manaus.
A lista
O top 10 de gastos públicos com câmaras é dominado principalmente pelas cidades do Sudeste e do Nordeste. Como dito, os grandes destaques mesmo são para os municípios do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Veja os dados de 2020 de acordo com o Observatório de Informações Municipais:
1 – Rio de Janeiro (gastou R$ 882 milhões – R$ 131 por pessoa)
2 – São Paulo (gastou R$ 727 milhões – R$ 59 por pessoa)
3 – Belo Horizonte (gastou R$ 195 milhões – R$ 77 por pessoa)
4 – Salvador (gastou R$ 193 milhões – R$ 67 por pessoa)
5 – Fortaleza (gastou R$ 172 milhões – R$ 64 por pessoa)
6 – Manaus (gastou R$ 162 milhões – R$ 73 por pessoa)
7 – Recife (gastou R$ 152 milhões – R$ 92 por pessoa)
8 – Goiânia (gastou R$ 119 milhões – R$ 78 por pessoa)
9 – Curitiba (gastou R$ 110 milhões – R$ 57 por pessoa)
10 – Porto Alegre (gastou R$ 107 milhões – R$ 72 por pessoa)
Algumas outras cidades que não são capitais também se destacaram nesta lista. São os casos, por exemplo, de Guarulhos e Campinas, em São Paulo. Por lá, os cidadãos tiveram que gastar algo em torno e R$ 72 por ano em 2020 nos dois casos.
Auxílio invertido
De acordo com o Observatório, esses gastos variam muito nessas cidades. É que na prática, cada município possui as suas próprias regras de despesas. É por isso que cada um desses casos possui uma lógica e um entendimento diferente.
No Rio de Janeiro, por exemplo, um desses gastos em 2020 foi a cota mensal da compra de 4 mil selos postais que cada vereador tem. Isso deu uma despesa de algo em torno de R$ 2,9 milhões. De acordo com uma decisão da casa, no entanto, isso não deve se repetir em 2021.
Na cidade não existe a chamada verba de gabinete. No entanto, ainda de acordo com as informações oficiais, os vereadores recebem dinheiro para cobrir gastos com combustível, lubrificação, lavagem e troca de olho do carro.