Que o Auxílio Emergencial de até R$ 375 por mês não é suficiente para viver no Brasil, todo mundo sabe. Em entrevistas, o próprio Presidente Jair Bolsonaro disse que reconhece essa situação. O que pouca gente sabe fazer é o cálculo para saber qual seria o valor ideal para o programa neste momento.
Quando se faz esse cálculo é preciso entender de quanto foi o aumento da inflação. Esse é um dado importante. Isso porque a renda não pode apenas aumentar. Ela precisa subir para um patamar que seja suficiente para acompanhar o aumento no preço dos alimentos. É aquilo que os economistas costumam chamar de poder de compra.
Hoje, dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mostram que entre abril e agosto deste ano a inflação ficou na casa dos 11,1%. Por essa conta, dá para dizer que o valor ideal para o Auxílio Emergencial seria de R$ 701,66. Entende-se que com esse montante, o beneficiário conseguiria uma qualidade de vida um pouco melhor.
Logicamente, essa conta leva em consideração o aumento no custo de vida do Brasil. Em entrevista recente, o próprio Ministro da Economia, Paulo Guedes, reconheceu a situação delicada. De acordo com ele, o país entrou em um momento de dificuldade. De acordo com as palavras dele, “os vulneráveis ficaram para trás”.
Neste momento, muita gente está sentindo na pele o aumento de vários itens importantes. Podemos citar aqui o valor do botijão de gás, por exemplo. Mas não é só isso. Há também elevação de preço da conta de energia elétrica, da cesta básica e até mesmo da gasolina. Tudo isso está pesando no bolso.
Auxílios chegando ao fim
E vai ser justamente neste momento em que o Auxílio Emergencial vai chegar ao fim. De acordo com as informações oficiais, o plano do governo é seguir com os pagamentos até o próximo mês de outubro.
O Bolsa Família deverá ter o mesmo caminho. O programa, que hoje atende algo em torno de 14,6 milhões de brasileiros, também está em sua reta final. O Governo alega que um novo projeto vai entrar em cena a partir de novembro.
Só que o próprio Ministro da Cidadania, João Roma, admitiu em entrevista que algo em torno de 25 milhões de pessoas ficarão desassistidas a partir de novembro, ou seja, no exato momento em que os projetos irão terminar.
Prorrogação
Uma saída para tentar resolver esse problema seria prorrogar o benefício. E o fato é que nesta semana essa ideia ganhou força dentro do Palácio do Planalto. É que há quem queira esticar o projeto até 2022.
Só que não há nenhum movimento dentro do Governo para aumentar os valores do benefício. pelo contrário. A ala que quer prorrogar as liberações defende que o Planalto faça cortes mensais no programa a partir de 2022.
Caso essa ideia vá para frente, então é provável que o poder de compra dessas pessoas acabe diminuindo ainda mais. Assim, a situação poderia se complicar. No entanto, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, garante que a situação vai melhorar.