O Presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse em um evento nesta segunda-feira (24) que é a hora de “virar a página”. Ele não citou exatamente o Auxílio Emergencial nesta declaração. No entanto, ele deixou claro que estava falando sobre a questão dos projetos sociais que foram criados durante a pandemia do novo coronavírus.
A fala de Campos Neto acontece justamente em um momento em que se debate uma possível prorrogação do Auxílio Emergencial. De acordo com informações de bastidores, neste momento, o Presidente Jair Bolsonaro já estaria convencido de que o melhor a se fazer mesmo é prorrogar o programa.
Só que aparentemente tem muita gente que estaria trabalhando para tentar fazer Bolsonaro mudar de ideia. E entre essas pessoas estariam justamente membros do Banco Central (CB). É que esses indivíduos estão argumentando que não faria sentido prorrogar o Auxílio Emergencial mais uma vez neste momento.
Internamente, eles estão dizendo que a situação da pandemia não piorou. Pelo menos não em um nível que justificasse a prorrogação do benefício. Além disso, ele pegam como argumento também o crescimento da oferta de empregos para os informais. E isso poderia virar uma base contra esse aumento de meses de pagamentos.
O argumento central é de que o Auxílio foi criado para ajudar informais que não estavam conseguindo trabalhar, por que então ele deveria continuar se os empregos estão voltando? No entanto, há quem diga que a questão pode ser mais complexa e a equação não seja tão simples de se resolver assim.
25 milhões
De acordo com as contas do próprio Ministério da Cidadania, algo em torno de 25 milhões de pessoas ficarão sem nada a partir de novembro. São brasileiros que hoje estão recebendo algum tipo de ajuda do Governo mas que ficarão sem nada em breve.
Vale lembrar também que o processo de recuperação de emprego ainda está longe de estar em velocidade. De acordo com as informações oficiais, o Brasil ainda está registrando altos índices de desemprego.
Para completar a situação, o país vem registrando um aumento no seu custo de vida. Cada vez mais, as pessoas estão tendo que gastar com elevações nos preços da comida, da conta de luz, do botijão de gás e até mesmo da gasolina.
Prorrogação do Auxílio
Mesmo diante de tudo isso, o Presidente do Banco Central acredita que o país precisa mesmo virar a página dos projetos sociais. De acordo com ele, o mais importante agora seria pensar nas reformas e em agradar o mercado.
“Nesse momento a gente precisa ganhar credibilidade, a gente precisa comunicar o que vai ser o fiscal, qual é o plano de médio prazo e eu acho que é importante agora virar a página nesse tema que a gente tem que é a continuação do que foi feito em termos de programa de enfrentamento daqui até o fim do governo”, disse, Campos neto.
“A credibilidade é o que faz a comunicação da política monetária, é o que me fez conseguir comunicar o que eu faço na parte curta da curva para todos os outros ingredientes. Então credibilidade é superimportante”, completou ele.