O Ministério da Cidadania anunciou há duas semanas o retorno do pagamento do Auxílio Emergencial para um grupo de mães chefes de família. São mulheres que perderam o benefício por causa de um bloqueio. Essas cidadãs fizeram muita pressão para recuperar o dinheiro. E o fato é que muitas delas conseguiram.
Segundo o próprio Ministério da Cidadania, o Dataprev analisou os dados da maioria delas e decidiu retomar os pagamentos para essas pessoas. No entanto, de acordo com relatos nas redes sociais, pelo menos uma parte delas ainda continua sem nenhuma reposta. Elas seguem cobrando uma solução para essa situação.
Não dá para saber quantas mulheres estão nessa situação. De acordo com o Ministério da Cidadania, cerca de 600 mil mulheres que tiveram o bloqueio do benefício, retomaram os seus pagamentos. Não está claro, no entanto, quantas ainda continuam sem receber o dinheiro desde o cancelamento nos meses anteriores.
Para além disso, também não dá para saber ainda se elas irão de fato recuperar esse direito. É que o Ministério da Cidadania está evitando falar sobre esse assunto. Pelo menos até a publicação desta matéria, nenhum membro do Governo Federal tinha falado publicamente sobre esse problema que persiste para essas mulheres.
Há algumas semanas, um grupo de mães chefes de família que tiveram o bloqueio no Auxílio Emergencial criaram um perfil no Instagram. Com o nome “mães solo bloqueadas” elas se reuniram para compartilhar as experiências do cancelamento. Além disso, elas se organizaram para pressionar o Governo sobre esse tema.
Mães solteiras
Há um detalhe importante em toda essa história. De acordo com as regras do Auxílio Emergencial, as mães chefes de família recebem mais do que os outros grupos do programa. Isso é algo que valeu durante os pagamentos do ano passado e que está valendo agora de novo.
Atualmente, por exemplo, essas mães recebem R$ 375. Isso é portanto mais do que os outros grupos recebem. De acordo com o Ministério da Cidadania, os outros valores variam entre R$ 150 e R$ 250. No ano passado, essas mulheres chegaram a receber parcelas de R$ 1200.
O Governo Federal alega que essas pessoas precisam receber mais porque se entende que elas encontram mais dificuldade de conseguir uma renda. Acontece que o mercado de trabalho costuma ser mais difícil para mulheres que tomam conta dos seus filhos sozinhas.
Bloqueios
Os bloqueios no Auxílio Emergencial, no entanto, não são exclusividade dessas mães chefes de família. Segundo dados do próprio Ministério da Cidadania, mais de 2 milhões de indivíduos passaram por cancelamentos nas suas contas entre janeiro e junho.
A grande maioria dessas pessoas perdeu o benefício depois das análises contínuas do Dataprev. Trata-se portanto do órgão do Governo Federal que se responsabilizou este ano por procurar indícios de golpes e fraudes. São eles que aplicam os cancelamentos.
De acordo com o Ministério da Cidadania, a grande maioria das pessoas que passam pelos cancelamentos podem contestar o resultado em até 10 dias. Isso não acontece quando o Dataprev considera que o bloqueio é definitivo.