Auxílio emergencial impediu queda de 23,5 milhões para a pobreza
Programas emergenciais do governo durante a pandemia diminuíram desigualdade temporariamente
O auxílio emergencial de R$ 600 e demais programas do governo para enfrentar a pandemia do novo coronavírus diminuíram temporariamente a desigualdade no Brasil. Estudo verificou que esses programas foram responsáveis pro evitar a queda de 23,5 milhões de brasileiros para a pobreza.
Além disso, 5,5 milhões de brasileiros tiveram a renda aumentada com o auxílio do governo. O impacto total é de pelo menos 29 milhões de cidadãos. Sem essas ações, a desigualdade no Brasil teria crescido.
O estudo foi feito por Rogério Jerônimo Barbosa, da Universidade de São Paulo (USP), e Ian Prates, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). O Boletim Mercado de Trabalho, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulga os efeitos do auxílio, do corte de salário e da redução de jornada de trabalho. Essas medidas foram adotadas durante o governo Bolsonaro, em abril. O auxílio atende quase 66 milhões de brasileiros.
Quando o auxílio foi criado, em abril, ele seria pago durante três meses. Em seguida, foi prorrogado para mais dois meses e atualmente tem custo de R$ 254,2 bilhões. Já a redução de jornada com corte de salário foi feito para auxiliar trabalhadores formais e, até agora, foram fechados mais de 16 milhões de acordos. O programa foi prorrogado para durar quatro meses; antes, seriam três para redução e dois para suspensão. O programa tem custo de R$ 51,6 bilhões.
Em nota do Ipea, foi informado que, sem esses tipos de benefícios, a desigualdade brasileira teria aumentado “de modo constante e rápido”. Por causa da pandemia, muitos brasileiros foram forçados a parar de trabalhar ou a trabalhar menos tempo e, por isso, perderam renda. De acordo com boletim da Rede de Pesquisa Solidária, a renda média domiciliar per capita era de R$ 1.441 em 2019. Neste ano, o valor caiu para R$ 1.191. Sem o auxílio emergencial, cairia para R$ 1.081.