A data para o término do pagamento do auxílio emergencial já foi estipulada pelo governo, sendo ela em dezembro deste ano. No entanto, o que não se sabe é se o seu substituto, o Renda Brasil, estará pronto em janeiro de 2021 e se terá a mesma eficácia do auxílio emergencial.
De acordo com estudo feito IBRE FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas), a redução do valor de R$ 600 para R$ 300 no auxílio emergencial já coloca em risco a capacidade de compra das famílias, principalmente as de baixa renda.
Ainda, de acordo com o estudo, a queda será maior após o término do pagamento do auxílio. A renda dos 10% mais pobres cairá 77%. Considerando os 30% mais pobres, o fim do auxílio levará a uma diminuição da renda per capita familiar de 44%.
“Quanto mais pobre a família, maior foi o impacto do auxílio no aumento da renda per capita. Essas faixas serão as mais atingidas pela retirada do benefício”, afirma o pesquisador do IBRE, Daniel Duque.
Ministro confirma Renda Brasil após fim do auxílio emergencial
Atualmente, o governo Bolsonaro estuda formas de lançar o Renda Brasil, novo programa que irá substituir o Renda Brasil e outros benefícios. Ainda não há consenso sobre a criação do programa.
Nesta terça-feira (08), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a afirmar que o Renda Brasil seria caro demais para sair do papel. Já Onyx Lorenzoni, ministro da Cidadania, afirmou hoje que o Renda Brasil “está pronto” e que será lançado assim que o pagamento do auxílio emergencial ser concluído em dezembro.
“O programa está pronto, são coisas diversas. O que cabe ao Ministério da Cidadania é montar um programa de renda mínima que possa fazer os pilares do mérito e da qualificação, e fazer com que as famílias prosperem. A partir daí, o que nós tomamos como decisão do governo é que nós concluiríamos o auxílio emergencial. Então, nós estamos muito seguros com a qualidade do Renda Brasil, dos impactos positivos que ele terá na vida das pessoas e na condição de emancipação que ele vai gerar na vida das pessoas”, afirmou Onyx.
No fim do primeiro semestre, o Renda Brasil ganhou força nos bastidores do governo. Isso aconteceu após o Palácio do Planalto perceber a popularidade de Bolsonaro crescer com programas de transferência de renda como o auxílio emergencial. Inicialmente, o governo cogitou fazer o novo programa substituir o Bolsa Família, abono salarial, seguro-defeso e Farmácia Popular. A sugestão de Paulo Guedes, ministro da Economia, era de pagamento médio de R$ 247.
Com a repercussão negativa de substituição de vários benefícios, Bolsonaro pediu que o modelo do Renda Brasil fosse reelaborado. O presidente falou publicamente que era contra o novo programa substituir outros benefícios, como o abono salarial.