Auxílio Emergencial de R$ 150 compra 23% de uma cesta básica mensal

Auxílio Emergencial de R$ 150 compra 23% de uma cesta básica mensal

De acordo com dados do DIEESE, um auxílio de R$ 150 não é suficiente para comprar nem metade de uma cesta básica

O valor atual do Auxílio Emergencial perdeu algo em torno de 78% do seu poder de compra. Quem está dizendo isso é uma recente pesquisa da Universidade de São Paulo (USP). De acordo com o levantamento, o repasse médio do programa social caiu ao mesmo tempo em que o preço dos produtos subiu no Brasil.

Em 2020, quando o Governo Federal começou os pagamentos do Auxílio Emergencial, as pessoas recebiam um valor mínimo de R$ 600. Naquela ocasião, o preço médio de uma cesta básica na Região Metropolitana de São Paulo era de R$ 556. Isso de acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).

Isso quer dizer portanto que naquele primeiro momento, o valor do Auxílio era suficiente para comprar essa cesta básica. E ainda daria para sobrar algum montante. Hoje, no entanto, a situação parece ser bem diferente do que se via. É que a mudança de valores fez o poder de compra do usuário do programa desabar.

De acordo com o Ministério da Cidadania, os patamares atuais do Auxílio Emergencial são de R$ 150, R$ 250 e R$ 375. Então podemos dizer que os pagamentos diminuíram. Ao mesmo tempo, o preço da cesta básica subiu. Em São Paulo, por exemplo, o dado médio mais recente é que por lá esse item está custando R$ 650,50, ainda de acordo com o DIEESE.

Em uma equação simples, dá para dizer que quem recebe o Auxílio Emergencial de R$ 150 está podendo comprar apenas 23% desta cesta básica em São Paulo. E o fato é que mesmo as pessoas que pegam o valor de R$ 375 também não conseguem comprar esse item.

Protestos por aumento

Desde que o Governo Federal retomou os pagamentos do Auxílio Emergencial em abril deste ano, as reclamações em torno do valor do programa não pararam. É que o Planalto decidiu diminuir os repasses.

Nos últimos meses, partidos de oposição organizaram protestos de rua para pedir, entre outras coisas, o aumento do valor do programa para a casa dos R$ 600. Seria portanto um retorno ao que aconteceu no ano passado.

Acontece, no entanto, que esses esforços aparentemente não deram muito resultado. De acordo com informações de bastidores, o Governo segue firme na ideia de manter o valor do Auxílio Emergencial neste nível atual.

Novas diminuições no Auxílio Emergencial

Informações da imprensa dão conta de que o membros do Ministério da Cidadania estão pensando em prorrogar o Auxílio Emergencial mais uma vez. A ideia deles é manter os pagamentos do programa até 2022.

No entanto, mesmo essas pessoas que estão planejando uma nova prorrogação acreditam que o valor não vai seguir o mesmo. Pelo contrário. A ideia é fazer um período de redução. Isso quer dizer portanto que o programa ficaria menor a cada mês.

Oficialmente, no entanto, o que se sabe mesmo é que o Auxílio Emergencial vai  chegar ao fim em outubro. Logo depois, o Governo quer começar a pagar o novo Bolsa Família. Entretanto, os valores do novo programa também não seriam suficientes para comprar a cesta básica em São Paulo.

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