Mais de 1,7 milhão de pessoas tiveram o Auxílio Emergencial bloqueado este ano. Pelo menos é isso o que mostram os dados oficiais do Ministério da Cidadania, que é a pasta que responde pelo programa. De acordo com essas informações, esses são os bloqueios provocados pela Controladoria Geral da União (CGU).
Esse é o número de pessoas que perderam o benefício desde o início dos pagamentos deste ano, em abril. São casos de perfis que apresentaram algum tipo de indício de irregularidade. Por isso, a CGU achou melhor cancelar preventivamente essas contas. A ideia era fazer isso antes de maiores análises.
“Os bloqueios são realizados com base nos Relatórios de Auditoria encaminhados pela Controladoria Geral da União, onde os indícios de descumprimento das regras de elegibilidade do auxílio emergencial foram elencados”, diz a nota técnica do Ministério da Cidadania que foi enviada para o Congresso Nacional.
Ainda de acordo com o Ministério da Cidadania, pelo menos uma parte das pessoas que tiveram esse cancelamento, já puderam voltar ao recebimento do programa. Dos 1,7 milhão de bloqueios, algo em torno de 269 mil estão recebendo o Auxílio Emergencial novamente sem maiores problemas.
Estima-se que entre todos esses cancelamentos, cerca de 158 mil tenham sido de famílias monoparentais. São casos de mulheres que estavam ganhando R$ 375. Algumas delas chegaram a realizar protestos há cerca de dois meses. Até mesmo um perfil no Instagram passou a funcionar para que elas trocassem experiências.
Bloqueios
De acordo com o Governo Federal, os bloqueios estão acontecendo por uma questão de segurança. É que eles temem que as fraudes que aconteceram no ano passado aconteçam em um mesmo ritmo este ano novamente.
É justamente por isso que eles decidiram aumentar a fiscalização diante dos perfis do programa. O objetivo é justamente encontrar pessoas que estejam possivelmente recebendo o dinheiro do benefício de forma irregular.
Só que esses bloqueios seguem gerando muitas críticas. Nas redes sociais, por exemplo, muita gente está afirmando que os cortes estariam acontecendo de maneira injustiça. Algumas dessas pessoas estão decidindo entrar na Justiça.
Auxílio Emergencial
Depois de um hiato de três meses sem pagamentos, o Governo Federal decidiu retomar os repasses do Auxílio Emergencial no último mês de abril. Inicialmente o plano era seguir com essas liberações até julho.
No entanto, como a pandemia seguiu sem dar trégua, o Palácio do Planalto achou melhor prorrogar o projeto por mais três meses. Com isso, o que se sabe até agora é que o benefício deve seguir até o próximo mês de outubro.
Já há portanto uma preocupação em relação ao que pode acontecer com as pessoas depois do fim do programa. De acordo com o Ministro da Cidadania, João Roma, algo em torno de 25 milhões de brasileiros ficarão sem o benefício a partir de novembro. Essa é a projeção do próprio Governo Federal.
Uma ala do Palácio do Planalto quer a criação de um novo projeto. Não se sabe ainda, no entanto, o que o Presidente Jair Bolsonaro acha desta ideia.