Em estudo do PoderData, foi possível verificar que cerca de 51% dos brasileiros entendem que o valor do Auxílio Brasil é baixo.
Desse modo, a pesquisa ocorreu entre os dias 31 de janeiro a 1º de fevereiro deste ano de 2022.
Além disso, 33% das pessoas acreditam que a quantia é suficiente e 5% classificam os valores como “muito alto”.
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O novo programa de transferência de renda da gestão realiza o pagamento mínimo de R$ 400 aos beneficiários desde dezembro do ano passado.
O programa Auxílio Brasil, que substituiu o Bolsa Família, começou a ser pago em novembro de 2021.
Neste período, então, o Governo Federal destinava seus valores a cerca de 14,5 milhões de famílias que já faziam parte de seu antecessor. Ademais, o valor sofreu uma correção, apresentando um benefício médio de R$ 217.
No entanto, no mês de janeiro de 2022, o governo indicou que a fila de espera do benefício havia sido zerada. Com isso, portanto, a medida chegou à marca de 17,5 milhões de unidades familiares e, em conjunto, com um valor médio maior.
A ampliação dos valores e do alcance do programa ocorreu por meio da aprovação da PEC dos Precatórios, Proposta de Emenda Constitucional. Esta medida, contudo, recebeu algumas críticas de parlamentares e especialistas do setor econômico. De acordo com este críticos, a PEC representa um aumento das dívidas públicas, de forma descontrolada.
A proposta obteve aprovação no Congresso Nacional após articulação de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco. Assim, flexibiliza o pagamento de dívidas judiciais da União, os chamados precatórios e também altera o formato do cálculo do teto de gastos, regra que limita o crescimento dos gastos públicos.
Com sua aprovação, então, o governo abriu um espaço fiscal no Orçamento deste ano de R$ 106 bilhões, o que possibilitou a um aumento do Auxílio Brasil com o pagamento de um valor complementar até o fim deste ano.
Dessa maneira, todos os beneficiários do programa terão acesso ao valor mínimo de R$ 400.
A pesquisa do PoderData foi feita a partir de ligações para telefones fixos e celulares. Ao todo, então, foram 3.000 entrevistas em 238 cidades e nas 27 unidades federativas do Brasil entre o período de 31 de janeiro a 1º de fevereiro de 2022.
Assim, a pesquisa possui confiabilidade de 95%, tendo como margem de erro 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Segundo a pesquisa, portanto, no último sábado, 5 de fevereiro, cerca de 51% dos brasileiros consideram o valor de R$ 400 do Auxílio Brasil como muito baixo. Para 33% dos cidadãos entrevistados a quantia é suficiente e para 5% é muito alta.
De acordo com o levantamento, os que cursaram o ensino médio completo, ou seja, 56% e os que residem na Região Nordeste do país, também 56%, são os que mais enxergam o benefício como muito baixo ou insuficiente.
Já entre os brasileiros que apoiam o governo feito pelo atual presidente Bolsonaro e classificam o mesmo como bom ou o ótimo, 61% acreditam que o valor do auxílio é suficiente para as famílias mais necessitadas.
Assim, é possível perceber que exige relação entre o entendimento sobre o programa social e o apoio do governo.
Nesse sentido, no contingente que vê a atuação do presidente como ruim ou péssima, 71% relataram que o valor pode ser considerado como muito baixo.
Além da pesquisa atual sobre a opinião dos beneficiários, outro estudo demonstrou que a quantia não poderia comprar uma cesta básica.
Tratam-se de dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), do final de 2021.
Assim, estas informações indica que o Auxílio Brasil não possui o valor suficiente para a compra de uma cesta básica completa na maioria das capitais do país. Nesse sentido, com o forte aumento do preço dos alimentos, o valor médio da cesta básica sofreu aumento em 11 capitais do Brasil, segundo apontou o levantamento.
A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos da instituição leva em consideração o último decreto que determinou que uma cesta básica completa fosse composta de 13 alimentos suficientes para prover, durante o período de um mês, o sustento de um trabalhador de idade adulta e também de sua família.
“Os bens e as quantidades estipuladas foram diferenciados por região, de acordo com os hábitos alimentares locais”, relata o departamento.
O Ministério da Cidadania, pasta responsável pela coordenação do programa, defendeu a ampliação do Auxílio Brasil, com a garantia do valor mínimo de R$ 400.
Atualmente, a cesta básica de menor valor registrada durante o fim do ano de 2021 foi em Aracajú, custando cerca de R$ 454.
Já o valor mais caro foi na cidade de São Paulo (R$ 673,45), seguida por Porto Alegre (R$ 672,39), Florianópolis (R$ 662,85) e Rio de Janeiro (R$ 643,06).
“Com o Auxílio Brasil, seria possível comprar, atualmente, aproximadamente 60% de uma cesta básica. Entretanto, o valor da cesta básica vem crescendo a um ritmo acelerado”, pontua o consultor da AGR Consultores, Alex Mondl von Metzen.
“Assumindo que essa tendência inflacionária se mantenha em São Paulo até dezembro, a cesta poderia vir a custar R$ 757,75 e o Auxílio Brasil seria suficiente para comprar 52,8% dela. A inflação, no entanto, parece estar acelerando”, analisou o especialista na época.
Os participantes do Auxílio Brasil recebem valores diferentes, a depender de alguns critérios especiais que cumprem ou não.
Isto é, o programa concede 3 benefícios básicos, de forma que todo e qualquer beneficiário deve receber, ao menos um destes valores.
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Além disso, o programa também conta com benefícios complementares. Por esse motivo, então, aqueles que têm acesso a esses valores poderão receber mais que R$ 400.
Os complementos são: