Seis em cada 10 eleitores brasileiros enxergam o aumento no valor do Auxílio Brasil neste mês de agosto como uma manobra eleitoral do presidente Jair Bolsonaro. É o que revela uma nova pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada nesta segunda-feira (1). Segundo o levantamento, 61% dos brasileiros aptos a votar este ano, consideram que a elevação do valor tem este motivo.
Do outro lado, a pesquisa indica que 31% dos eleitores do país acreditam que o Governo do presidente Jair Bolsonaro decidiu aumentar o valor dos pagamentos do programa Auxílio Brasil com base na preocupação do executivo com os mais pobres. Além disso, outros 6% acreditam que o Governo elevou os valores por uma mistura dos dois motivos.
No último mês de julho, o Congresso Nacional aprovou com certa facilidade a polêmica PEC dos Benefícios, o texto que libera o aumento no valor do Auxílio Brasil. Com a aprovação, o Governo Federal estima que poderá elevar o patamar de pagamentos dos atuais R$ 400 para R$ 600 já a partir deste mês de agosto. O projeto também prevê o aumento no saldo do vale-gás nacional.
Políticos das mais diferentes correntes ideológicas estão divididos quanto ao aumento no valor do Auxílio Brasil. Embora tenha recebido amplo apoio dos partidos de oposição, o texto da PEC dos Benefícios ainda recebe críticas de parlamentares de esquerda. Eles argumentam justamente que Bolsonaro quer aumentar o valor do programa apenas com base em seus interesses eleitorais.
Por outro lado, membros do Governo Federal negam que tenha existido qualquer interesse eleitoral nesse sentido. Em entrevistas recentes, aliados do presidente Bolsonaro deram argumentos semelhantes. Eles disseram que a necessidade de aumento aconteceu por causa dos efeitos da guerra da Ucrânia, e a aceleração na inflação no Brasil.
Um dos pontos que mais recebem críticas por parte dos parlamentares de esquerda é a questão da duração dos pagamentos de R$ 600 do Auxílio Brasil. Oficialmente, a PEC dos Benefícios prevê que os valores turbinados só devem durar até o final deste ano.
De todo modo, o presidente Jair Bolsonaro concedeu entrevistas recentes afirmando que tem interesse em manter o valor de R$ 600 também a partir do próximo ano. Ele, aliás, confirmou que já conversou com o Ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre o assunto.
O ex-presidente Lula (PT), que lidera todas as pesquisas de intenção de voto da corrida presidencial, também afirmou que manterá o valor de R$ 600 caso seja eleito em outubro. Entretanto, ele certificou que deve mudar o nome do programa para Bolsa Família mais uma vez.
Membros do Tesouro Nacional afirmam que uma decisão sobre a manutenção ou não do valor de R$ 600 do Auxílio Brasil, certamente passará pelo presidente que vencer as eleições em outubro. Ele precisará apresentar uma fonte de custeio para manter os gastos em 2023.
Com manutenção ou não do valor turbinado do Auxílio Brasil, o fato é que os pagamentos de R$ 600 do programa serão iniciados já na próxima semana. Abaixo você confere o calendário detalhado de repasses deste mês de agosto. Veja:
9 de agosto: Usuários com NIS final 1
10 de agosto: Usuários com NIS final 2
11 de agosto: Usuários com NIS final 3
12 de agosto: Usuários com NIS final 4
15 de agosto: Usuários com NIS final 5
16 de agosto: Usuários com NIS final 6
17 de agosto: Usuários com NIS final 7
18 de agosto: Usuários com NIS final 8
19 de agosto: Usuários com NIS final 9
22 de agosto: Usuários com NIS final 0