O Congresso Brasileiro aprovou recentemente um projeto de lei que pode ter um impacto significativo no preço dos combustíveis. Esse projeto de lei, conhecido como o Projeto de Lei Complementar 136/23, visa compensar os estados e municípios pela queda na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) causada por mudanças na incidência do tributo sobre os combustíveis.
Nos últimos anos, o Brasil tem vivenciado uma escalada significativa nos preços dos combustíveis. Este cenário, que tem impactado diretamente o bolso dos brasileiros, é resultado de uma série de fatores, entre eles a variação cambial, a cotação internacional do petróleo e a carga tributária.
O ICMS é um imposto estadual que incide sobre a circulação de mercadorias e serviços. No caso dos combustíveis, a alíquota do ICMS varia de estado para estado, podendo chegar a representar mais de 30% do preço final ao consumidor.
Diante do cenário de aumento nos preços dos combustíveis, o Congresso Nacional aprovou um projeto de lei complementar que visa compensar os estados e o Distrito Federal pela redução do ICMS incidente sobre os combustíveis. A proposta prevê um repasse de R$ 27 bilhões da União para os estados e o DF.
O projeto, que foi resultado de um acordo entre a União e os estados, prevê ainda transferências ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e ao Fundo de Participação dos Estados (FPE) para recuperar as perdas de 2023 em relação a 2022.
O acordo busca resolver um impasse sobre as perdas de arrecadação de estados e municípios. Segundo o relator do projeto, deputado Zeca Dirceu (PT-PR), a manutenção dos patamares do FPM e do FPE de 2022 ajudará os entes federados a fechar suas contas.
O projeto é fruto de um acordo após vários estados obterem liminares no STF determinando o pagamento de compensações maiores que as previstas na lei. A lei considerou os combustíveis, o gás natural, a energia elétrica, as comunicações e o transporte coletivo como bens e serviços essenciais, proibindo a aplicação de alíquotas superiores à alíquota padrão do ICMS (17% ou 18%).
Após a aprovação na Câmara dos Deputados, a proposta agora será enviada ao Senado para análise. Caso seja aprovada, a lei entrará em vigor após a sanção do Presidente da República.
O ajuste no ICMS pode levar a uma redução nos preços dos combustíveis para o consumidor final. Entretanto, especialistas alertam que a medida pode não ser suficiente para conter os aumentos, uma vez que o preço do petróleo no mercado internacional e a variação cambial continuam a exercer forte influência.
Em síntese, a aprovação do projeto de compensação do ICMS é um importante passo na busca por soluções para o aumento nos preços dos combustíveis. Entretanto, é necessário que sejam adotadas medidas adicionais para conter a escalada dos preços e garantir que o consumidor não seja excessivamente prejudicado.
A complexidade do cenário exige uma atuação conjunta de todas as esferas de governo e um debate amplo e transparente com a sociedade. Afinal, o aumento nos preços dos combustíveis não impacta apenas o bolso dos brasileiros, mas também a economia como um todo.