A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) deverá pedir ao governo federal a retomada do horário de verão. O sistema que adianta os relógios em uma hora em boa parte dos estados brasileiros está sendo tema de debate dentro do poder executivo desde o início deste ano.
A ACSP acredita que pode convencer o governo a mudar de ideia e passar a apoiar o retorno do horário de verão ainda em 2023. O grande argumento que será utilizado é a ideia de que as pessoas se sentirão mais à vontade para permanecerem nas ruas, passearem por lojas e realizarem as suas compras depois dos seus horários de trabalho.
“Com a possibilidade de aproveitar o horário estendido de luz natural, o turismo também é beneficiado. O setor hoteleiro e de entretenimento pode experimentar um aumento na demanda, gerando mais empregos e impulsionando a economia regional”, disse o presidente da ACSP, Roberto Matheus Ordine.
Segundo as informações de bastidores, o pedido formal pelo retorno do horário de verão será enviado pela ACSP para o Ministério de Minas e Energia, e também ao gabinete da Presidência da República.
O documento deverá indicar outros argumentos para a retomada do horário de verão. São eles:
- aliviar a demanda durante horário de pico;
- implicar em menor pressão sobre o sistema elétrico;
- diminuir custos de produção e distribuição de energia.
Governo vai retomar horário de verão?
Ainda não é possível cravar qual será a resposta do governo federal para o pedido da associação. O que se sabe é que ao menos até aqui, o poder executivo vem adotando uma postura de não retomar o procedimento.
“Em virtude do planejamento seguro implantado pelo ministério desde os primeiros meses do governo, os dados não apontam, até o momento, para nenhuma necessidade de implementação do horário de verão”, afirmou o Ministério de Minas e Energia em um comunicado recente.
Vale lembrar, no entanto, que o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já questionou a população sobre o tema, por meio de uma postagem na rede social X.
Horário de verão do Brasil
O horário de verão no Brasil foi oficialmente suspenso no ano de 2019, quando o país ainda era governado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Este sistema de adiantamento do relógio em uma hora é usado em diversos países. Em todos eles, o objetivo geral é ajudar a economizar energia elétrica, já que estabelecimentos e escolas podem fechar mais cedo, sem a necessidade de ligar as lâmpadas, por exemplo.
No Brasil, o horário de verão foi oficialmente cancelado depois que técnicos começaram a entender que os objetivos de redução de energia não mais estavam sendo alcançados. Assim, na visão deles, não faria mais sentido seguir com este procedimento.
Verão e calor
A semana não está sendo fácil para boa parte dos brasileiros. O calor intenso está provocando uma série de impactos em várias cidades do país. Em municípios do sudeste e do centro-oeste, por exemplo, milhares de pessoas estão sendo levadas às pressas a hospitais porque não estão conseguindo suportar as altas temperaturas.
Não é pra menos. No Rio de Janeiro a semana vem registrando picos de 60º C de sensação térmica. O nível é considerado muito alto e autoridades sanitárias alertam que há um perigo claro para a saúde dos cidadãos que são expostos a esta situação.
“Essas condições podem impactar a saúde de toda a população, em especial os mais vulneráveis — como idosos, crianças, pessoas com problemas renais, cardíacos, respiratórios ou de circulação, diabéticos, gestantes e população em situação de rua”, disse o Ministério da Saúde.