Na manhã da última terça-feira (15), ocorreram quedas de energia nas cinco regiões do Brasil. Cidades de 25 estados, além do Distrito Federal, foram afetadas por essas interrupções, sendo que apenas Roraima não registrou um apagão.
Roraima se mantém como o único estado brasileiro ainda não integrado ao SIN (Sistema Interligado Nacional), que é responsável pela produção e transmissão de energia elétrica. De acordo com informações fornecidas pelo Governo Federal, os habitantes de Boa Vista e áreas vizinhas dependem principalmente de usinas termelétricas que funcionam a partir de óleo diesel, gás natural, biomassa, e uma central hidrelétrica de menor porte. Esse é o motivo pelo qual o estado não foi atingido pelo apagão nacional.
Lula autorizou obras para ligar Roraima ao sistema elétrico
De forma coincidente, no início deste mês, o presidente Lula (PT) emitiu uma ordem de serviço. Ela dá início às obras que finalmente conectarão Roraima ao Sistema Interligado Nacional. Esse projeto envolverá um investimento total de R$ 2,6 bilhões. Assim, o objetivo substituir as usinas termelétricas, resultando em uma oferta de energia confiável, sustentável e limpa.
O decreto também amplia a capacidade de troca de energia elétrica com países vizinhos. O ministro Alexandre Silveira ressaltou que o decreto permitirá a celebração de contratos para importar energia limpa e renovável da Venezuela, mais especificamente da usina de Guri. Isso desempenhará um papel essencial em garantir energia econômica e sustentável tanto para Roraima quanto para o Brasil.
De 2001 a 2019, o fornecimento de eletricidade a Roraima era realizado por meio do Linhão de Guri, que conectava Boa Vista ao complexo hidrelétrico de Guri, em Puerto Ordaz. Porém, após diversos apagões no país vizinho em 2019, o abastecimento foi interrompido. Dessa forma, desde então, Roraima tem dependido das usinas termelétricas para suprir suas necessidades energéticas.
Agora, a perspectiva do governo é beneficiar até 500 mil famílias até 2026. Isso ocorrerá por meio da nova fase do programa Luz para Todos.
O que aconteceu que resultou no apagão?
Relatos de interrupção no fornecimento de energia começaram por volta das 8h30. Dados em tempo real do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) indicaram uma queda acentuada na carga e geração de energia entre 8h30 e 8h44. Contudo, a tendência de estabilização a partir das 9h. A normalização completa foi alcançada nas regiões do Centro-Oeste, Sul e Sudeste.
Dessa forma, em um comunicado oficial, o ONS confirmou que “uma ocorrência na rede de operação do Sistema Interligado Nacional interrompeu 16 mil MW de carga em estados do Norte e Nordeste do Brasil. Estados do Sudeste também foram afetados“.
A interrupção foi feita pela abertura da interligação Norte / Sudeste às 8h31. O processo de recomposição foi completado, e até às 9h16, cerca de 6 mil MW já tinham sido restabelecidos. Mas, as causas específicas desse incidente ainda estão sendo analisadas.
Impactos deste apagão
A interrupção no fornecimento de energia resultou em uma série de problemas em todo o país. Assim, houve problemas nas linhas de metrô, com plataformas cheias e acionamento de ônibus do sistema Paese para auxiliar os passageiros.
A ViaQuatro, responsável pela Linha 4-Amarela, informou que os trens operaram com velocidade reduzida e paradas mais longas devido à falha elétrica. A CPTM afirmou que a oscilação no fornecimento de energia não impactou a circulação dos trens. No entanto, algumas estações ficaram sem eletricidade e funcionaram com geradores. A normalização completa ocorreu por volta das 11h. O Metrô de São Paulo também comunicou que todas as linhas já estavam operando normalmente algumas horas depois.
A interrupção no fornecimento de água acabou acontecendo em algumas cidades do Pará e Amapá, onde as pessoas relataram o problema. Conquanto, a falta de água não afetou toda a população em cada cidade, pois alguns imóveis possuem sistemas de abastecimento próprio, como cisternas ou poços.
Mas, em contrapartida, semáforos apagados geraram caos no trânsito, dificultando a circulação de veículos e pedestres. Além disso, escolas precisaram dispensar os alunos mais cedo em algumas áreas devido à falta de energia, então, as atividades educacionais foram interrompidas.
Outros transtornos
Consultas em hospitais foram suspensas, causando transtornos para pacientes e profissionais de saúde. Comércios sofreram prejuízos devido à interrupção da energia elétrica, afetando as operações e as vendas.
Ademais, em Teresina, um quiosque teve suas vendas afetadas, já que dependia de serviços como internet, liquidificador para fazer sucos. Um dos problemas principais nisso tudo foi o funcionamento das maquininhas de cartão e PIX para realizar transações.
Em suma, a situação gerou uma série de impactos significativos em diferentes aspectos da vida cotidiana das pessoas. O destaque foi para a importância crucial do fornecimento confiável de energia elétrica para o funcionamento de diversas atividades.