Com os avanços da ciência médica e farmacológica, muitas pessoas acabam não entendendo o porquê, grande parte dos cuidados com a contracepção ficou sob responsabilidade da mulher, afinal, um dos métodos anticoncepcionais mais utilizados, a pílula, foi desenvolvida apenas para o público feminino.
Apesar de haver outros recursos destinados ao homem como a vasectomia e é claro, a camisinha, uma medicação que garante efeitos contraceptivos com o uso efetivo poderia evitar a gravidez não desejada, inclusive, aliviar a carga de responsabilidade da mulher na hora de se prevenir.
De acordo com especialistas, há dois motivos que explicam sobre esta falta de pesquisas e desenvolvimentos de anticoncepcionais masculinos, o primeiro é o sucesso da pílula feminina e o segundo é a alta capacidade fértil dos homens.
A pílula feminina já vem fazendo parte dos métodos contraceptivos da população desde 1960. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) mais de 214 milhões de mulheres ao redor do mundo utilizam este medicamento.
A eficiência da pílula feminina, inclusive, o valor acessível é um dos fatores que fazem a indústria farmacêutica preterir o desenvolvimento de um anticoncepcional exclusivo para os homens, afinal, este poderia afetar a venda de um produto que já é sucesso garantido para as farmácias.
E contrapartida, o público feminino acaba levando uma sobrecarga de responsabilidade na hora dos cuidados contraceptivos, sem contar que muitas mulheres apresentam diversas reações prejudiciais à saúde, devido ao uso dos anticoncepcionais.
As pílulas anticoncepcionais femininas provocam alterações hormonais no organismo da mulher, a fim de inibir o processo natural de ovulação, porém, alguns efeitos adversos podem surgir, tais como:
Diante desses efeitos, muitas mulheres acabam interrompendo este método contraceptivo. Nestes casos, um anticoncepcional masculino poderia ser a solução.
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Outra questão que influencia na falta de interesse da indústria farmacêutica em elaborar uma pílula masculina, é a alta capacidade fértil dos homens.
Segundo especialistas, mesmo quando o homem tem 90% da capacidade reprodutiva comprometida, ainda sim é considerado fértil. Além disso, enquanto a mulher libera um óvulo por mês, o homem produz milhões de espermatozoides por dia.
Seguindo esses princípios, a quantidade de hormônios utilizados em um anticoncepcional masculino para evitar a produção de espermatozoides ou sua resistência, seria potencialmente maior do que a usada nas pílulas femininas. Isso acarretaria em efeitos colaterais ainda maiores.
Apesar disso, há estudos sobre uma injeção indiana, denominada como RISUG, que promete a inibição reversível do esperma sob controle, entretanto, esta opção, diferente das pílulas anticoncepcionais que tem efeito apenas durante o uso, teria ação de 13 anos.
Ademais, o uso do preservativo masculino, a camisinha, ainda segue como principal método contraceptivo para os homens, que além de evitar a gravidez indesejada, também previne o contágio de Doenças Sexualmente Transmissíveis.
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