Conviver com animais de estimação reduz o estresse e a pressão arterial
Quem tem animais de estimação sabe o quanto eles são modificam a rotina e tornam tudo mais alegre dentro de casa. A senciência deles já foi comprovada por cientistas, ou seja, ele sentem medo, alegria, tristeza, ansiedade, entre outros sentimentos que até pouco tempo eram atribuídos somente a seres humanos. Hoje, segundo dados do IBGE, eles estão presentes em 140 milhões de lares brasileiros. Porém a forma de convívio mudou e hoje eles são tratados como membros da família.
Os benefícios de ter um animal de estimação são enormes. Um estudo divulgado pela Associação Americana do Coração mostrou que ter um pet, ajuda a afastar problemas cardiovasculares. A pesquisa destaca que o risco de morte entre pessoas com doença cardíaca é até quatro vezes menor quando se convive com um bichinho. Mas por que isso? Um dos principais motivos, segundo o estudo, é o aumento da atividade física, já que é preciso passear com eles. E com a prática do exercício físico vem a melhora na reação do organismo ao estresse, redução da pressão arterial, diminuição nos níveis de colesterol e triglicérides, com maior chance de sobreviver a um ataque cardíaco.
Mas apesar de todos os benefícios que os animais trazem é preciso lembrar que eles também devem ser cuidados. Antes de adotar ou comprar um animal de estimação certifique-se que todos os membros da família concordam, planeje o lugar onde ele ficaria caso você fosse viajar, avalie suas condições financeira e tudo que implica ter um novo membro na família.
A Senciência comprova sentimento nos animais
Segundo a médica veterinária Carla Forte Maiolino Molento coordenadora do Laboratório de Bem-Estar Animal (Labea), do Departamento de Zootecnia, da Universidade Federal do Paraná, a Senciência é uma palavra que ainda não consta em dicionários de português; seu adjetivo, “senciente”, aparece no Aurélio como “que sente”. No ambiente técnico, o termo senciência vem sendo utilizado na acepção “capacidade de sentir”.
Dizer que um ser é senciente é reconhecer que ele é capaz de sentir, de vivenciar sentimentos como dor, angústia, solidão, amor, alegria, raiva, etc. E hoje é impossível negar que os animais tenham todos os sentimentos, mas juridicamente no Brasil os animais possuem status de coisa.
Ano passado foi dado um passo rumo ao avanço de reconhecer os direitos dos animais. Foi aprovada a lei que aumenta a pena para maus-tratos aos animais alterando a Lei de Crimes Ambientais. A pena passa de, no máximo, um ano e quatro meses para a pena de dois a cinco anos. O avanço foi comemorado pelas organizações não governamentais que atuam de forma independente ajudando animais em situação de vulnerabilidade no Brasil.
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Idosos e animais de estimação
Quem mais precisou ficar isolado na pandemia foram os idosos. Muitos lares adotaram a Terapia Assistida por Animais para alegrar os vovôs e vovós. Uma pesquisa publicada na revista científica Journal of Gerontology: Medical Sciences afirma que idosos donos de cachorros superam melhor a solidão. Adotar um cão ou um gato é, inclusive, uma atitude que muitos médicos recomendam a seus pacientes mais velhos. E também há vários motivos para essa recomendação: ter um bichinho de estimação ajuda a manter atividades regulares, já que o animal dá uma razão para levantar da poltrona. Um bichinho também faz com que os idosos fiquem mais atentos à necessidade de se alimentar (e alimentar seu animal) e também tenham mais oportunidade de ver outras pessoas, especialmente nos momentos em que saem à rua com os bichos para passear.
Animais ajudam a superar o luto
O biólogo inglês Rupert Sheldrake, autor do livro “Os cães sabem quando seus donos estão chegando”, estudou o afeto e o consolo que os animais podem dar ao homem. Ele descobriu que pessoas que têm cães conseguem superar melhor a perda de um ente querido. Além de melhorar a autoestima de seus donos, os cães dão carinho e atenção, auxiliando na recuperação de quem vive o luto.
Ligação direta com o cérebro
A relação de afeto, cuidado e sensibilidade é cientificamente comprovada e aumenta os níveis de oxitocina que estimulam a produção de serotonina e dopamina. Isso significa que o cérebro produz substâncias como a serotonina que tem ligação com a diminuição do sentimento de solidão e da depressão. Sem a dopamina, a pessoa ficará propensa a trabalhar cada vez menos com responsabilidade.
Funciona assim : a solidão social pode causar transtornos mentais e esse conjunto de químicas cerebrais, quando estimuladas, são importantes na construção da felicidade. Nisso, abraçar um animalzinho fará aumentar o nível de oxitocina.
Mesmo com a Pandemia, mercado Pet cresce no Brasil
Mais um prova de que os animais são parte importante na vida dos brasileiros é o aumento do faturamento do mercado pet no Brasil. O Instituto Pet Brasil (IPB) mostra que, em 2019 o faturamento no segmento somou 35,4 bilhões, um aumento de 3% comparado ao ano de 2018. Atualmente, o país tem cerca de 141,6 milhões de animais de estimação, sendo 55,1 milhões de cães e 24,7 milhões de gatos.
E em 2020, pelo jeito, o setor a cresceu mais ainda em todas as categorias, tanto que o país se tornou, de acordo com um levantamento da Euromonitor Internacional, o segundo maior mercado de produtos pets, com 6,4% de participação global, ficando pela primeira vez acima do Reino Unido, perdendo apenas para os Estados Unidos, que fica com a maior fatia, 50%. Segundo a Euromonitor Internacional, esse crescimento do mercado pet deve continuar, alcançando 42,7% entre 2020 e 2025, com faturamento médio de R$ 35 bilhões.
Abandono de animais aumentou
A Organização Mundial da Saúde estima que só no Brasil existam mais de 30 milhões de animais abandonados, entre 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães. Em cidades de grande porte, para cada cinco habitantes há um cachorro. Destes, 10% estão abandonados.
Eles nunca abandonariam o seu dono, mas a recíproca não é verdadeira. Na Pandemia o abandono de animais cresceu muito. Quem confirma esse dado são organizações não-governamentais, pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária e até mesmo pela SaferNet Brasil, organização que monitora conteúdos que violam direitos na internet.
Diretor da ONG Cão Sem Dono, Vicente Define Neto relatou à BBC News Brasil que desde o agravamento da pandemia no Brasil tem recebido cerca de 200 e-mails por dia. Em geral, de gente interessada em encontrar novos donos para seus pets. Segundo ele, é um aumento de 40% da procura anterior ao período.
Veja alguns filmes para assistir e conhecer um pouco mais sobre a relação humanos e animais.
A Menina e o Leão (2019), Gilles de Maistre
A adolescente Mia cresceu em uma fazenda de leões comprada por seus pais, John e Alice, na África do Sul. Desde pequena, ela tem uma profunda conexão e amizade com Charlie, um leão branco. Seu pai vende os felinos para caçadores que matam os animais apenas para exibi-los em fotos. Com medo de que o pai venda Charlie, que é de uma espécie em extinção, Mia foge com o leão e tenta levá-lo para um santuário.
Dezessete (2019), Daniel Sánchez Arévalo
Hector, um garoto de 17 anos, está em um centro de detenção juvenil há dois anos. Como parte de sua terapia de reabilitação, ele recebe visitas de um cachorro chamado Oveja e acaba se apegando ao animal. Quando Oveja deixa de aparecer por ter sido adotado por uma família, Hector resolve fugir para encontrá-lo. Ismael, o irmão mais velho, decide acompanhar Hector para garantir que ele não terá problemas.
Resgate do Coração (2019), Ernie Barbarash
Com a ida do filho para a faculdade, Kate Conrad prepara uma segunda lua de mel com seu marido. A viagem será um safari pela África. Mas, em vez de agradecê-la, ele pede o divórcio. Mesmo decepcionada, Kate decide fazer a viagem sozinha. Em uma breve passagem pela Zâmbia, ela conhece o piloto Derek Holliston. Os dois ajudam a resgatar um bebê elefante órfão e resolvem continuar cuidando dele em um santuário de elefantes.
A Casa é dos Cachorros (2018), Ron Davis
Após a passagem do furacão Katrina, o casal Danny e Ron decidiu abrigar em sua casa vários animais de estimação que ficaram sem lar. A paixão pelos pets foi se tornando maior e, hoje, os dois já adotaram mais de 10 mil cachorros. Danny e Ron dedicam todo o seu tempo e dinheiro aos animais, mesmo tendo que passar por algumas privações e dificuldades.
Benji (2018), Brandon Camp
Remake de um clássico dos anos 1970, o filme conta a história de um cãozinho especialista em ajudar as pessoas. Adotado pelos irmãos Carter e Frankie, Benji é cuidado às escondidas, para que a mãe das crianças não saiba que eles trouxeram um cachorro para casa. Mas, quando os irmãos são sequestrados por bandidos, Benji vai fazer de tudo para ajudar a polícia a encontrá-los.
Caninos Brancos (2018), Alexandre Espigares
Adaptado do livro homônimo de Jack London, lançado em 1906, o filme conta a história de um cão-lobo nascido nas montanhas do Canadá. Filho de Kichi, o puxador de trenó mais rápido da tribo, ele logo é adotado pela família de Gray Beaver. Em seu novo lar, ele ganha o nome de Caninos Brancos e se torna um animal inteligente e forte. Então, uma promotora de brigas de cães faz de tudo para conseguir roubá-lo.