No meio das tensões envolvendo o Supremo Tribunal Federal (STF) e o bilionário Elon Musk, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) lançou um alerta sobre um novo golpe envolvendo uma suposta multa para usuários da plataforma.
De acordo com a Anatel, criminosos estão se aproveitando desse momento de tensão para enviar e-mails falsos que, em nome do órgão, estariam notificando usuários em relação a supostas multas por acesso indevido ao X (antigo Twitter) através do VPN.
Como se sabe, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, decidiu que todas as pessoas que usarem o VPN para conseguir burlar as regras do Supremo e acessar o X em território nacional serão multadas em R$ 50 mil.
O VPN é a abreviação em inglês para a palavra Virtual Private Network. Trata-se de um software que direciona os dados do usuário para um servidor intermediário, localizado em um outro país.
Assim, com o uso do VPN, uma pessoa que está no Brasil poderia acessar o Twitter tranquilamente, já que o sistema indicaria que ele está situado em um outro país.
Mensagens falsas
Mas, segundo a Anatel, a agência não estaria realizando estas cobranças por e-mail. “Se receber uma mensagem desse tipo, não abra nenhum arquivo anexado, não clique em nenhum link e exclua a mensagem”, diz o comunicado, divulgado na quarta-feira (4).
Esse tipo de golpe é conhecido mundialmente como phishing. Nele, os criminosos conseguem informações pessoais dos cidadãos para cometer uma série de fraudes financeiras.
Como funciona o golpe do Twitter
A própria Anatel compartilhou um exemplo da tentativa de golpe para mostrar como o sistema dos criminosos funciona. Veja abaixo:
Título do e-mail: “Notificação de Multa por Acesso Indevido ao Aplicativo ‘X’ via VPN”
Corpo do e-mail: mensagem relembrando a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu o X e ordenou multa diária de R$ 50 mil a quem tentar acessar a plataforma.
O texto destaca que a Anatel teria identificado o uso do VPN na conta do cidadão, e afirma que ele precisa realizar o pagamento em até 30 dias para que não precise enfrentar “sanções adicionais”, como o “bloqueio total do serviço de internet”.
Logo depois, o texto compartilha um link para que o cidadão obtenha novas informações. E é justamente neste momento que eles adotam o sistema de pishing.
Entenda a novela envolvendo o Twitter
Como dito, o Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou ainda na última sexta-feira (30) a suspensão da rede social X, antigo Twitter, em todo o território nacional.
Em seu despacho, Moraes disse que notificou a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para que o site seja bloqueado em todas as operadoras em atuação no Brasil. A determinação vale até que a rede social indique um representante no país e pague todas as suas multas.
Poucas horas depois dessa determinação, a Anatel informou publicamente que já notificou todas as operadoras de distribuição de internet no Brasil para que o X seja descontinuado o quanto antes.
Ao menos até a tarde desta quinta-feira (5), o que se sabe é que o X já está indisponível para a grande maioria dos usuários em todo o território nacional. De todo modo, também se entende que algumas pessoas que usam internet de bairro ainda estão conseguindo utilizar a plataforma.
Decisão polêmica
O fato é que a decisão de Alexandre de Moraes vem causando polêmica no Brasil, e fora do país também. Por aqui, algumas pessoas afirmam que a sentença do magistrado seria uma espécie de censura.
Por outro lado, alguns cidadãos afirmam que a decisão de Moraes reflete a soberania do país, já que o CEO do X, Elon Musk, não estaria cumprindo uma série de exigências das leis brasileiras.
“É um absurdo. Impedir o funcionamento do X, é impedir que milhares de pessoas tenham acesso à informação de qualidade. Além disso, a decisão monocrática de Moraes impede que vários candidatos se aproximem dos seus eleitores em plena época eleitoral. O nome disso é censura”, disse um internauta.
“O Brasil é um país soberano. Nossa lei exige que empresas estrangeiras tenham representantes no Brasil. Se ele não concorda com as decisões de Moraes, que recorra pelas vias legais. O que não pode é simplesmente dizer que não quer cumprir as regras porque não concorda com elas. E se todo criminoso começar a fazer isso?”, questionou um segundo.