Alunos da Unesp e USP desenvolvem plataforma para mulheres desempregadas - Notícias Concursos

Alunos da Unesp e USP desenvolvem plataforma para mulheres desempregadas

O projeto, que consiste em um site interligado a um aplicativo, foi premiado no Desafio USP - Covid-19, uma competição on-line

Um grupo de seis estudantes, entre eles da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos (SP), e da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Bauru (SP), criaram uma plataforma para auxiliar mulheres desempregadas a encontrarem uma alternativa de renda durante a pandemia de Covid-19.

O projeto, que consiste em um site interligado a um aplicativo, foi premiado no Desafio USP – Covid-19, uma competição on-line. A equipe ganhou o primeiro lugar na categoria três, que buscava ajudar pessoas atingidas pelo desemprego conjuntural.

“Ficamos quatro dias trabalhando intensamente. Foi um período de muito aprendizado, não só técnico mas pessoal, o que me mostrou que com uma equipe bem alinhada, comprometida e diversa é possível tirar grandes ideias do papel”, disse a estudante de engenharia elétrica da USP Gabriela Santos.

Além dela, o grupo é integrado por estudantes de design, jornalismo, engenharia mecânica, engenharia de produção e sistemas de informação.

A equipe levou como prêmio a participação em programas de aceleração, como o StartupLab e o Samsung Ocean. Segundo os estudantes, com os workshops e mentorias, será possível concluir a plataforma e lançar em breve no mercado.

“Tentaremos lançar o mais breve o possível para ajudar essas pessoas. A gente se compromete a se esforçar muito, porque essa ideia não ajuda somente durante a pandemia, vamos manter isso mesmo quando o isolamento acabar”, afirmou o estudante de sistemas da informação, Gabriel Marin.

 

Foco em mulheres

A escolha de ajudar um público em específico se deu por meio de pesquisas quantitativas e qualitativas. O grupo constatou que as mulheres são as mais afetadas no cenário atual.

“Pesquisando alguns dados, percebemos que muitas mulheres perderam o emprego. Além disso, algumas também têm filhos em casa, o que dificulta o trabalho fora. Somado a isso, a violência doméstica aumentou durante a quarentena, sendo que um dos motivos delas permanecerem em um relacionamento abusivo é a dependência financeira”, explicou a doutoranda em engenharia de produção, Karine Borri.

 

Plataforma de apoio

De acordo com os alunos, no início o projeto seria apenas um site, construído para fornecer capacitações culinárias às mulheres. Eles perceberam, contudo, que precisavam ajudá-las também na parte das vendas, então desenvolveram um aplicativo de delivery conectando essas produtoras aos clientes finais, que poderão encomendar seus produtos.

“Ao entrevistar as mulheres, algumas delas, embora saibam produzir, não encontram meios de realizarem as vendas. Por isso, além de fornecer capacitação pelo site, o aplicativo tenta ajudá-las, funcionando como ‘ponte’ entre elas e os consumidores”, explicou o estudante de engenharia mecânica, Daniel Rocha.

Segundo o estudante de design da Unesp Giovanni Biondi, para ser mais assertivo na escolha de quais produtos culinários vender, a equipe realizou uma pesquisa com 429 usuários de aplicativos de delivery e descobriu que as pessoas sentem falta de comidas de padaria.

“Juntamos, assim, o problema das mulheres em precisar conseguir renda extra e a falta de oferta de produtos de padaria por delivery e criamos o Appadoca, um aplicativo que conecta produtoras caseiras na busca de uma nova renda com usuários de deliverys”, disse.

Para testarem a ideia, a equipe criou um Instagram e divulgou mulheres que já cozinhavam e vendiam esses tipos alimentos, mas não faziam uso de nenhum aplicativo que as auxiliasse. O objetivo foi comprovar que existe procura para essas refeições. Segundo os estudantes, em menos de 6h foram fechadas três vendas.

No site, as mulheres podem se cadastrar e ingressar no sistema como produtora/fornecedora de produtos caseiros de padaria. Após completar o cadastro, a equipe irá avaliar alguns requisitos de higienização e medidas sanitárias.

Assim, a usuária será aceita ou informada dos protocolos que precisa seguir. Se estiver tudo correto, ela entrará para o “time” e terá acesso a um acervo de receitas, instruções, e-books, vídeos e até uma calculadora financeira para organizar seus custos de produção e lucro.

Em paralelo, o aplicativo oferecerá aos clientes uma vitrine virtual de produtos de padaria, tendo a opção de pedir a pronta entrega, sob encomenda, ou assinar a plataforma e montar kits semanais de cafés e lanches da tarde.

O Desafio USP foi coordenado pelo professor André Fleury e organizado pelo Núcleo de Empreendedorismo da USP (NEU), em São Paulo (SP), em parceria com outros grupos de inovação que integram um coworking chamado Cosmos.

Com mais de 890 inscritos, a competição dividiu os 100 selecionados em cinco categorias. Cada uma visada resolver uma problemática gerada pela pandemia, relacionadas a áreas como: saúde mental, educação, desemprego, medicina e comércio.

“São temáticas urgentes e tudo indica que continuarão relevantes enquanto o país estiver se recuperando dessa crise. Dessa forma, reunir universitários para desenvolverem soluções a esses desafios foi retornar para a sociedade o investimento em nossa educação”, disse um dos organizadores Carlos Braga. Fonte: G1.

 

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