Recentemente, a empresa 123milhas enfrentou um grave problema financeiro que afetou diretamente seus clientes. Em um depoimento na CPI das Pirâmides Financeiras na Câmara dos Deputados, o sócio da empresa, Ramiro Julio Soares Madureira, admitiu que a 123milhas não possui fluxo de caixa suficiente para reembolsar os clientes prejudicados com o fim da modalidade “promo”.
Essa revelação levantou diversas questões sobre a situação da empresa e as consequências para os consumidores.
A CPI e o questionamento sobre o reembolso aos clientes
Durante a CPI, o deputado federal Carlos Viana (PSD-RJ) questionou Ramiro sobre a possibilidade de devolver o dinheiro aos clientes imediatamente. A resposta do sócio da 123milhas foi clara: a empresa não possui recursos financeiros para realizar os reembolsos no momento. Essa admissão gerou preocupação e frustração entre os consumidores que aguardavam o ressarcimento.
Os impactos para os clientes prejudicados
A falta de fluxo de caixa da 123milhas tem gerado uma série de problemas para os clientes que foram afetados pelo encerramento da modalidade “promo”. Muitos consumidores já haviam adquirido pacotes ou emitido passagens e agora se encontram sem a possibilidade de receber o reembolso. Essa situação tem causado prejuízos financeiros e frustração para essas pessoas.
A busca por soluções
Diante desse cenário, a 123milhas e seus sócios estão em busca de soluções para ressarcir os clientes de forma rápida e eficiente. Ramiro Madureira afirmou que estão dispostos a trabalhar arduamente para resolver a situação, contando com o apoio dos órgãos públicos. O sócio da empresa mencionou a possibilidade de recuperação judicial e a ajuda de entidades governamentais como alternativas para reembolsar os consumidores.
A relação com a Maxmilhas
A Maxmilhas, empresa que possui sócios em comum com a 123milhas, também foi convocada para depor na CPI. Ambas as empresas atuam no mercado de transações de milhas aéreas. Segundo Max Oliveira, fundador da Maxmilhas, as duas empresas são concorrentes, mas possuem sócios em comum. A comercialização de milhas também foi questionada na CPI, sendo apontada como uma prática sem amparo legal.
O surgimento da modalidade “promo”
Um dos sócios da 123milhas, Augusto Julio Soares Madureira, revelou que ele e seu irmão foram os idealizadores da modalidade “promo”. Eles se basearam em uma empresa americana que fazia análise de dados para prever preços de passagens e oferecer esse serviço aos clientes. A partir dessa inspiração, eles criaram a linha de produtos “promo” da 123milhas. No entanto, o mercado mudou de patamar e isso causou problemas para a empresa.
A situação do mercado de milhas
Segundo Augusto Madureira, o mercado de milhas se comportou de forma diferente do que era no passado. A 123milhas se baseava em análise de dados para vender passagens com base em previsões de preços. No entanto, as mudanças no mercado afetaram essa estratégia. O sócio da empresa afirmou que cerca de 30% de todas as pesquisas de passagens no Brasil passavam pela 123milhas, o que evidencia a importância e o alcance da empresa nesse setor.
O alerta da Hotmilhas
Durante a CPI, foi apresentado um email enviado pela Hotmilhas, empresa do mesmo conglomerado da 123milhas, alertando os clientes sobre possíveis ligações das companhias aéreas para confirmar a emissão de passagens. O email instruía os clientes a não informarem que as milhas foram vendidas, mas sim que foram doadas a parentes ou amigos. Esse alerta levantou questionamentos sobre a legalidade das práticas das empresas do grupo.
A discussão na CPI
Durante a CPI, houve momentos de tensão e discussão entre deputados e o advogado da 123milhas. O deputado Caveira (PL-BA) chegou a chamar o sócio Ramiro de estelionatário. O advogado do empresário respondeu ao parlamentar, afirmando que ele não poderia usar a imunidade parlamentar para ofender o depoente. O relator da CPI, deputado Ricardo Silva (PSD-SP), interveio para encerrar a discussão e manter o foco nos objetivos da comissão.
Ademais, a falta de fluxo de caixa da 123milhas e os problemas decorrentes do encerramento da modalidade “promo” têm gerado impactos significativos para os clientes da empresa. Muitos consumidores aguardam o reembolso de pacotes e passagens adquiridos, mas a empresa não possui recursos para realizar esses pagamentos no momento.
A busca por soluções e a avaliação da legalidade das práticas das empresas do grupo são elementos importantes nesse contexto. A CPI das Pirâmides Financeiras tem o objetivo de investigar e esclarecer essas questões, buscando resguardar os direitos dos consumidores afetados.