O Brasil é o segundo país do mundo com o maior número de transações envolvendo a modalidade de pagamento instantâneo, o PIX. Todavia, com o sucesso do PIX, é comum que haja um aumento exponencial de golpes e fraudes envolvendo a ferramenta de pagamento eletrônico. Portanto, é preciso ficar de olho e se proteger.
De fato, a ação de criminosos envolvendo o PIX tem crescido bastante nos últimos tempos. De acordo com especialistas, estes ataques costumam acontecer através de vírus instalados nos aparelhos celulares das vítimas sem que elas percebam. Há também golpes em que terceiros enganam as pessoas para obter informações.
Analogamente, os cibercriminosos podem estar atrás de dados pessoais dos usuários do PIX, ou até mesmo de sua senha de acesso. Utilizando uma tecnologia inovadora, e com estas informações em mãos, eles podem usá-las em todo o tipo de fraude, prejudicando os usuários de várias maneiras, incluindo financeiramente.
Vale ressaltar que o aumento de golpes e fraudes envolvendo a ferramenta de transferência eletrônica, tem relação com a sua popularização. Ademais, no ano de 2022 foram realizadas 28,2 bilhões de transações com o PIX no Brasil. É o correspondente a 15% de todas as operações feitas no mundo, 195 bilhões.
Proteção dos usuários do PIX
Especialistas afirmam que o PIX vem sendo utilizado para fraudes por conta de seu sistema ser quase instantâneo. Quem utiliza a ferramenta sabe de sua facilidade. Entretanto, a tecnologia vem sendo utilizada por criminosos que veem na sua praticidade, uma brecha em seu sistema, podendo enganar várias vítimas.
Deve-se observar que os usuários do PIX acabam tendo um banco em seu aparelho celular, com um saldo em uma instituição financeira, ou até mesmo a possibilidade de adquirir um crédito. Para os criminosos essa é uma brecha no sistema, e mesmo com diversos protocolos de segurança, eles conseguem realizar vários golpes.
Em síntese, os especialistas dizem que há uma certa dificuldade de bloquear a ação dos criminosos. Como a transação é instantânea, reaver os valores perdidos é muito difícil. Os golpistas, ao ter o dinheiro em mãos, costumam dividir o saldo em diversas contas bancárias, dificultando o rastreio pelas autoridades competentes.
Segundo o Banco Central, até o mês de abril de 2023, haviam mais de 147 milhões de usuários cadastrados no Diretório de Identificadores de Contas Transacionais, (DICT). Dessa maneira, esse total é 0,9% maior que na estimativa do mês passado, e constitui uma alta de 16,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Ataques e suas vítimas
Durante a pandemia, houve um aumento expressivo nos ataques relacionados à utilização do PIX como forma de pagamento. Dessa forma, de acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), no período, os golpes mais que dobraram, atingindo um aumento de 165% entre o final de 2020 e início de 2021.
Um levantamento da Kaspersky, empresa russa de software de segurança, apontou que em 2022, o número de softwares maliciosos envolvendo os aparelhos celulares e o PIX, foi o maior em seis anos. Foram cerca de 200 mil malwares no período, com milhares de vítimas de golpes relacionados à tecnologia em todo o país.
As pessoas físicas foram as mais prejudicadas, com ataques envolvendo contas falsas através de um QR Code malicioso, hackeamento de aparelhos celulares para a criação de contas falsas, utilização de informações e dados pessoais, com fotos dos usuários para a criação de contas em instituições bancárias, entre outros.
Uma pesquisa da AllowMe, mostrou que há uma suspeita de que 20% das contas abertas em todo o país são utilizadas para golpes e fraudes. Neste caso, estima-se que aparelhos celulares foram hackeados. Pode ter havido uma adulteração de selfies utilizadas para a comprovação de identidade, e sua relação com o CPF.
Fraudes e golpes
Os golpistas procuram enganar as instituições bancárias e seu processo de cadastramento, de várias maneiras, inclusive na utilização de biometria facial. Eles utilizam fotografias e vídeos contidos nos aparelhos celulares, burlando todo o sistema. Desse modo, os criminosos utilizam estes métodos para recriar contas laranjas.
Em conclusão, especialistas dizem que é preciso que o usuário fique atento a toda transação financeira, conhecendo os tipos de fraudes envolvendo o PIX. Deve-se ter um bom antivírus no celular, e ficar atento ao andar pelas ruas, para evitar seu roubo. Os bancos devem ter uma equipe preventiva e investir em segurança.