A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a proibição de 19 suplementos de uma marca famosa. A decisão, publicada no Diário Oficial da União em 7 de fevereiro de 2025, afetou produtos da linha de suplementos manipulados, que deveriam ser preparados individualmente com base em prescrição médica.
Motivos da proibição
A Anvisa justificou a suspensão dos produtos devido à prática de “publicidade irregular”. Segundo a agência reguladora, a empresa divulgava esses itens em seu site e por outros meios, contrariando as normas estabelecidas para suplementos manipulados.
De acordo com a resolução, esses produtos não podem ser comercializados de forma geral nem divulgados publicamente. A Anvisa argumenta que suplementos manipulados devem ser prescritos e preparados por farmacêuticos para atender às necessidades específicas de cada paciente, não podendo ser vendidos indiscriminadamente.
Regulamentação violada
A decisão da Anvisa baseou-se no descumprimento de regulamentos técnicos que estabelecem as Boas Práticas de Manipulação em Farmácias (BPMF). Especificamente, a empresa teria violado o item 5.14 e a definição de preparação magistral do item 4 do Anexo da RDC nº 67/2007.
Medida preventiva
A agência enfatizou que a suspensão é uma medida preventiva, fundamentada no artigo 7º da Lei nº 6.360/1976. Essa legislação confere à Anvisa o poder de tomar ações para proteger a saúde pública em casos de possíveis riscos associados a produtos sob sua regulamentação.
Produtos afetados
A lista de suplementos proibidos pela Anvisa inclui 19 itens da marca Black Skull Pharma, populares entre consumidores que buscam melhorar o desempenho físico, controlar o peso e cuidar da saúde sexual. Alguns dos produtos afetados são:
- Aswagandha
- Blackoff
- Creatine Nootropic
- Epimedium
- Ioimbina
- Krakatoa
- Libido Black Man
- Libido Black Woman
- Lipolysis Day
- Lipolysis Night
- Long Jack
- Mr. Testo
- Oppenheimer
A proibição atinge todos os lotes desses produtos, incluindo a suspensão de sua venda, distribuição e uso em todo o território nacional.
Impacto no mercado de suplementos
A decisão da Anvisa gerou repercussões no mercado brasileiro de suplementos alimentares. A Black Skull é uma marca reconhecida no setor, e a proibição de 19 de seus produtos certamente afetará sua posição no mercado.
Reação dos consumidores
Muitos consumidores habituais dos suplementos da Black Skull expressaram preocupação e frustração nas redes sociais. Alguns questionaram a decisão da Anvisa, argumentando que os produtos eram eficazes e seguros com base em suas experiências pessoais.
Impacto nos concorrentes
A suspensão dos produtos da Black Skull pode beneficiar marcas concorrentes no curto prazo. Empresas que oferecem suplementos similares aos proibidos podem ver um aumento na demanda por seus produtos.
Posicionamento da Black Skull
A empresa emitiu uma nota oficial em resposta à decisão da Anvisa. Na declaração, a Black Skull afirmou que os suplementos de sua linha tradicional, que seguem as regulamentações da Anvisa para produtos alimentares, não foram afetados pela decisão.
Defesa da empresa
Marcelo Bella, presidente da Black Skull, defendeu a empresa em entrevista. Ele argumentou que a ação da Anvisa é resultado de “concorrência desleal” e coloca em risco o direito do consumidor de comprar fórmulas manipuladas via farmácia de manipulação.
Comparação com regulamentações internacionais
Bella destacou que muitos ingredientes considerados medicamentos e proibidos pela Anvisa como suplementos no Brasil são vendidos livremente em outros países. Ele citou o exemplo do tribulus, que nos Estados Unidos é comercializado em supermercados, mas no Brasil só pode ser vendido mediante prescrição em fórmulas manipuladas.
Esclarecimentos sobre a “publicidade irregular”
Quanto à acusação de publicidade irregular, a empresa argumentou que seu site apresenta informações técnicas e científicas para que os consumidores conheçam as fórmulas. Segundo Bella, essas informações estão disponíveis para que os consumidores possam, através de prescrições, comprar os produtos de forma individualizada.
Implicações para o setor de suplementos no Brasil
A decisão da Anvisa contra a Black Skull levanta questões importantes sobre a regulamentação do mercado de suplementos no Brasil.
Necessidade de clareza regulatória
O caso evidencia a necessidade de maior clareza nas regulamentações que regem a venda e publicidade de suplementos manipulados. Muitas empresas do setor podem precisar revisar suas práticas de marketing e vendas para garantir conformidade com as normas da Anvisa.
Debate sobre harmonização internacional
A disparidade entre as regulamentações brasileiras e internacionais, mencionada pelo presidente da Black Skull, pode levar a um debate mais amplo sobre a harmonização das normas para suplementos alimentares.
Perspectiva dos especialistas
Profissionais da área de nutrição e farmacologia têm opiniões diversas sobre a decisão da Anvisa e suas implicações.
Importância da regulamentação
Muitos especialistas apoiam a ação da Anvisa, argumentando que a regulamentação é essencial para garantir a segurança dos consumidores. Eles enfatizam que suplementos manipulados devem ser tratados com o mesmo cuidado que medicamentos prescritos.
Preocupações com o acesso do consumidor
Outros profissionais expressam preocupação de que regulamentações excessivamente restritivas possam limitar o acesso dos consumidores a suplementos que consideram benéficos. Eles argumentam que é necessário encontrar um equilíbrio entre segurança e liberdade de escolha.